A versatilidade de um jogador para atuar em mais de uma posição, bem comum no futebol, também aparece no vôlei, mas com menor frequência. Na grande maioria dos casos, tal situação aparece com um atacante, que pode atuar como ponta e oposto, tendo a responsabilidade similar de derrubar bolas, mas de locais diferentes da quadra.
Na temporada 2020/2021, um caso bem diferente vai acontecer com um brasileiro, que já está em Portugal para um grande desafio, que não vai acontecer pela primeira vez na carreira. Acostumado a jogar como levantador, Matheus Veloso, de 28 anos, foi contratado pelo São Mamede, time da elite local, para atuar como oposto. A última vez em que ele atuou nesta posição foi durante a liga libanesa, em fevereiro de 2019, quando chegou a jogar também de levantador e ponta.
O convite do time português o pegou de surpresa, depois dele ter defendido o Canoas, na última temporada, como armador. Um dos poucos casos parecidos que já aconteceram no vôlei brasileiro foi com o oposto Théo, hoje no Benfica de Portugal.
Ele começou jogando como oposto na Ulbra (RS) em 2004, antes virar terceira opção de levantador. Théo acabou voltando a ser atacante no decorrer do ano, deixando de lado potencial na armação, que lhe rendeu, até mesmo, convocações para as seleções de base.
"Já tive oportunidade de jogar como oposto em campeonatos estaduais e universitários, além de algumas partidas pontuais. Essa será minha primeira liga nacional tendo essa função como principal durante toda a competição. Em alguns momentos da carreira, tive que ser versátil. Não tenho preferência. Sempre estou à disposição para essas mudanças e, se essa for a decisão da comissão técnica da equipe que irei representar, vou dar o meu melhor", conta o atleta, que terá sua primeira experiência na Europa.
História
O jogador nasceu na Paraíba e começou a jogar vôlei com 10 anos de idade. Sua ligação com Minas Gerais se dá por ter recebido a primeira oportunidade fora do seu Estado em Uberlândia, aos 17 anos. "Foi quando tive mais visibilidade. Naquela época, não tínhamos uma competição adulta no meu Estado como temos hoje", lembra.
A sequência da sua carreira aconteceu em São Caetano (SP) em 2012 e 2013, quando jogou a divisão especial do Paulista e a Superliga B. Matheus atuou por três temporadas consecutivas no Al Gharafa, do Catar, além de ter defendido o Palmas (PR) e passagem pelo vôlei do Líbano.
Físico mais exigido
Ele terá pela frente o desafio de enxergar o jogo de uma outra forma, com a missão de fazer pontos ao invés de armar as jogadas. "No aspecto técnico, o fato de ter trabalhado bastante como levantador me ajuda a ter uma perspectiva mais abrangente do jogo. Mas, com certeza, nessa temporada a exigência da parte física será bem maior. Estou investindo bastante em trabalhos preventivos de lesões para que, se Deus quiser, eu possa terminar o campeonato em boas condições físicas", conta o mais novo atacante do vôlei português.
"Opostos precisam ter um ótimo preparo, é uma posição de uma incidência de ataque muito alta. Tenho feito muito trabalho de reforço e mobilidade além de estar adequando minha alimentação e atividades de potência", reforça Matheus. Independentemente da sua função, ele garante que vai tentar mostrar o melhor trabalho possível, tendo sempre a vantagem de poder ser usado na armação, algo que nem todos times terão à disposição.
"Acredito muito no sucesso do trabalho em grupo. O que me for proposto, vou tentar dar o máximo, mesmo que minha função seja apenas de sacar. Toda e qualquer função precisa ser feita com a máxima dedicação para ajudar a equipe", relata.
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