Em resposta aos ataques da Rússia na Ucrânia, a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) informou, nesse sábado (26), a remoção das duas cidades russas da lista de sedes da Liga das Nações, torneio internacional que será realizado em junho e julho de 2022.
A seleção brasileira feminina faria quatro jogos na cidade de Ufa. A etapa do torneio masculino seria realizada em Kemerovo, mas o Brasil não disputaria jogos no país. As cidades substitutas ainda não foram definidas.
Em anúncio oficial, a entidade declarou: "Em resposta ao agravamento da situação na Ucrânia, a FIVB informou hoje à Federação Russa de Voleibol que as duas rodadas da Liga das Nações de Voleibol (VNL), a serem realizadas na Rússia em junho e julho, foram realocadas com efeito imediato".
A FIVB não tomou decisão sobre o Campeonato Mundial de vôlei masculino, que também está plenejado para acontecer na Rússia, entre agosto e setembro deste ano. No dia 25 de fevereiro, a entidade havia confirmado que não possuia planos de alterar o país sede do Mundial, porém, em meio a críticas extensas de atletas, treinadores e federações, declarou estar avaliando a situação.
"A FIVB continuará acompanhando de perto a situação e revisará outros eventos que serão realizados na Rússia, incluindo o Campeonato Mundial Masculino, programado para o segundo semestre de 2022. A FIVB está ouvindo e em contato com suas partes interessadas, incluindo as Federações Nacionais, e compartilha sua grave preocupação com o povo da Ucrânia", anunciou a FIVB em seu site oficial.
Atletas brasileiros e internacionais se posicionaram nas redes sociais acerca da decisão da manutenção do Mundial na Rússia. Bruninho, levantador da seleção brasileira, comentou em seu Instagram: "Deve ser uma piada, né? Não dá para acreditar", em resposta à notícia. O francês Ngapeth, atual campeão olímpico e MVP das Olimpíadas de Tóquio, também se manifestou. O atleta compartilhou uma notícia que confirmava o Mundial na Rússia e respondeu: "sem mim, obrigado".
Em resposta, a Federação de Vôlei da França (FFVolley) anunciou, no dia 25, que retiraria sua participação no Campeonato Mundial caso fosse realizado no país europeu. Bernardinho, atual treinador da seleção francesa, escreveu em suas redes sociais: "Orgulho desses atletas que se posicionaram contra o absurdo da guerra e a atitude covarde da Rússia. Impossível nesse momento pensar em participar numa competião nesse país".
Além da francesa, a federação da Polônia também repudiou a decisão da FIVB, publicando carta enviada à presidência da entidade internacional:
“Por conta da invasão à Ucrânia, nós não enxergamos possibilidade de realizar uma disputa esportiva contra times da Rússia e de outros países que apoiam as agressões do Kremlin. Nossa posição é baseada em questões morais, além da preocupação com os atletas poloneses. Nós não ficaremos calados diante das agressões sem precedentes às quais a Ucrânia foi vítima. Queremos ressaltar também que não apontamos os atletas russos como responsáveis pelas ações dos seus governantes, mas não podemos ficar indiferentes diante das vítimas dos conflitos. Ficaremos juntos dos nossos amigos ucranianos”, afirma em carta assinada por Sebastian Swiderski, atual presidente da Federação da Polônia.
No sábado, a Confederação Brasileira de Vôlei anunciou em seu site oficial que apoia a decisão da FIVB sobre a Liga das Nações, e que segue acompanhando a situação para avaliar a participação brasileira no Mundial:
"A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) apoia a decisão da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) de realocar as duas etapas da Liga das Nações que seriam realizadas na Rússia.
A CBV continua acompanhando atentamente os acontecimentos para análise e definição sobre a participação do Brasil no Campeonato Mundial masculino, marcado para os meses de agosto e setembro de 2022, em território russo.
A CBV espera que a paz se restabeleça o quanto antes e que os valores do esporte de respeito, amizade e solidariedade se estendam a todas as nações".