A venda ilegal do abortivo aconteceria também na Universidade Federal de Viçosa (UFV). Uma aluna, que pediu anonimato, afirmou ter comprado o Cytotec nas dependências da instituição, na Zona da Mata. “Tenho 17 anos e não queria ter filhos. Por isso decidi tomar o remédio”, comentou.
A jovem destacou que comprou o medicamento com outra aluna da universidade e que o comércio acontece de forma regular. “É uma coisa meio velada, mas o pessoal acaba descobrindo que a menina vende. Ninguém sabe como ela consegue”, ressalta em conversa por telefone.
Apesar de não ter tido complicações maiores devido ao aborto, a universitária reclamou de trauma psicológico e intensos sangramentos. “Tive hemorragia, fiquei quase três semanas sangrando, quase desmaiei quando tomei o remédio. Mas o que dói até hoje é essa coisa da vida, mesmo não querendo ter (o bebê)”.
Riscos. Eduardo Cândido, médico e integrante da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas (Sogimic), lembra que o remédio tem vários efeitos colaterais. “A paciente pode ter náuseas, vômitos, diarreia e hemorragia. Ela pode sofrer choque hemorrágico extremo proveniente do uso dessa medicação, que pode levar à morte sem acompanhamento médico posterior”.
A jovem adquiriu o Cytotec pelo valor de R$ 800, similar ao montante pelo qual ele é oferecido na internet por supostos vendedores.