Considerado o maior complexo aquático artificial da América Latina, o lago de Furnas teve origem com a construção da hidrelétrica, no fim dos anos 1950, e, desde então, tornou o turismo a principal base da economia de 34 cidades. Em janeiro deste ano. um paredão de rocha se desprendeu de um dos cânions e caiu sobre barcos, matando dez pessoas.
O acidente afastou os visitantes, mas o projeto Capitólio em Movimento, uma iniciativa de gupo de empresários dos municípios do entorno se esforça para dar a volta por cima e provar que o turismo é, sim, seguro, e agora ainda mais. Quem dá respaldo é o inquérito da Polícia Civil, que concluiu que o ocorrido resultou de um evento natural, e não de negligência.
Segundo o secretário de Turismo e Cultura de Capitólio, Lucas Arantes, para garantir que os visitantes possam aproveitar a região do lago de Furnas com tranquilidade, uma série de novas diretrizes foi implementada, como normas específicas de navegação na áreal como a obrigatoriedade do uso de equipamentos de proteção, controle do número de embarcações, redução do fluxo de turistas e novos limites de distanciamento dos paredões.
Limite de embarcações
A fiscalização na entrada dos cânions também controla o número de embarcações no local, que são, no máximo, cinco, sendo quatro delas no primeiro trecho e uma no trecho mais próximo das cachoeiras – boias fazem uma espécie de barreira, que demarca o tipo de segurança exigido no local.
“Diariamente é realizada uma avaliação geológica, e só então é liberada a visitação. Além disso, os turistas recebem orientações expressas sobre as regras de segurança, e há a interrupção dos passeios – em em qualquer ponto do cânion – em caso de chuvas ou se verificado algum tipo de deslocamento ou movimentação de blocos rochosos ou de solo. Também fizemos delimitação de circuito das embarcações para que a visitação ocorra de forma rotativa”, explica o secretário.
Para garantir o cumprimento dos novos protocolos, a fiscalização foi reforçada. Enquanto antes eram quatro profissionais, com maior atuação aos fins de semana, agora são seis agentes de plantão todos os dias. O tempo de permanência é mais curto, em torno de cinco minutos, sem parada, mas suficiente para usufruir das belezas naturais e, claro, tirar fotos da vista das duas cachoeiras. Sobre dois pontos tradicionais de passeios no lago, a Cascatinha está isolada, não sendo permitido acesso, assim como o Vale dos Tucanos ainda está interditado.
O número de embarcações ficou limitado a 258 por dia — antes eram mais de 400 lanchas e embarcações de passeio, que transportavam entre 50 mil e 60 mil pessoas diariamente. “Queremos mostrar que aqui sempre foi seguro e aprimoramos mais para o turista vir sem medo, de todas as partes do mundo”, acredita o empresário dono da FMS, empresa que atua na região há quatro anos. Além dele, outros operadores de embarcações fizeram cursos com a Marinha e o Sebrae, para capacitarem e receberem certificações mais rigorosas para o transporte de turistas.
Além dos cânions
Em um passeio de três horas, é possível conhecer, além dos cânions, atrações como a Lagoa Azul, a estrutura da hidrelétrica de Furnas e barzinhos flutuantes, como Lagoa Azul, Bar do Mané e Point Beer, onde é possível degustar caipirinhas de frutas variadas, cerveja Scarpas — a única produzida em Escarpas do Lago — e drinks feitos com o gim Alejo's, que traz o destilado com um toque especial: glitter comestível em diversas cores.
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