A meio caminho entre Madri e a fronteira de Portugal está Extremadura, uma das regiões menos festejadas turisticamente na Espanha, mas famosa pela criação de touros, pelos vinhos caseiros, pelos laranjais, pelos queijos, pelos presuntos e pelos castelos medievais. No passado, a região foi uma das mais ricas e prósperas da Espanha.
Com pouco menos de 1 milhão de habitantes, Extremadura tem duas províncias – Cáceres, ao norte, e Badajoz, ao sul – e mantém ainda o ar provinciano que a torna tão especial e diferente de outras regiões espanholas. Foi preservada do turismo de massa, que abarrota os cartões-postais de Sevilha, Granada, Valência e Salamanca. A região também guarda dois patrimônios da humanidade: Cáceres e Mérida.
O roteiro da operadora espanhola Mapaplus, representada em Minas Gerais pela Bauer Turismo, permite que se combine Madri com Andaluzia e se faça breve passagem por Extremadura. Nessa região de curiosos contrastes e belas paisagens, romanos, bárbaros, muçulmanos e cristãos deixaram suas marcas na cultura, na história e na arquitetura.
Mérida
A joia na Extremadura é Mérida, fundada no ano 25 a.C pelo imperador romano Otávio Augusto como uma colônia para militares veteranos das legiões que venceram os cantábricos no norte da península ibérica, batizada de Augusta Emérita. Como na monumental Cáceres e na maioria das cidades dessa região, foi ocupada pelos romanos, depois pelos árabes.
No caminho até Mérida, avistamos Trujillo ensimesmada no alto de uma colina. A cidade amuralhada, informa nossa guia, data de 600 a.C. e é famosa pelo seu envolvimento com o descobrimento das Américas. Trujillo é a terra natal de grandes conquistadores e navegadores espanhóis, como, Hernan Cortes, Francisco Pizarro e Diego Parades.
Mérida, uma hora e meia depois de Trujillo, oferece a possibilidade de compreender e desfrutar de dois dos mais emblemáticos e imprescindíveis monumentos da Extremadura: o teatro e o anfiteatro romanos, além do Museu Nacional de Arte Romana, tanto em visitas durante o dia quanto à noite, quando ambos ganham uma iluminação especial.
Passaporte para uma viagem ao Império Romano
O Museu Nacional de Arte Romana, projetado pelo arquiteto Rafael Moneo, é um passaporte para o Império Romano: o fundo da sala principal é presidido por enorme decoração do pórtico do foro; nas paredes estão mosaicos originais; a cave tem uma cripta com construções domésticas.
Após visitar o museu, aproveite o entardecer na ponte romana e na área verde que a rodeia. O caminho para chegar lá chegar reserva surpresas. Siga as indicações para caminhar pela calle Sagasta e encontrará o pórtico do foro e o templo de Diana, que integra uma casa do século XVI. Regresse à noite para desfrutar do templo iluminado.
Perto dali estão Alcáçova árabe e a ponte romana. A primeira abriga ruínas de várias épocas, como a calçada principal da cidade na época romana, uma cisterna que combina decoração romana e árabe e a planta de uma antiga mesquita. Além disso, proporciona uma panorâmica para desfrutar do rio Guadiana.
Outros pontos de interesse turístico são a basílica de Santa Eulalia, a zona arqueológica de Morerías e a barragem de Proserpina, a 5 km da cidade. O bilhete para entrar no anfiteatro e no teatro romano também dá acesso à Alcáçova, à Casa do Mitreo, ao Circo Romano, ao Centro Funerário de Columbarios, à zona de Morerías e à basílica.
Teatro e anfiteatro em um mesmo sítio arqueológico
Em Mérida, existem duas visitas imprescindíveis: o teatro-anfiteatro e o Museu Nacional de Arte Romana. Dois dias são suficientes para percorrer as ruínas e vasculhar outros monumentos no entorno.
Comece pelo anfiteatro: ele acolhia lutas de animais, combates entre gladiadores, recriações bélicas e execuções de escravos. Tudo isso por cima de estrados de madeira que formavam a arena. As pedras ainda lembram um anfiteatro que, no passado, chegou a comportar 15 mil espectadores.
Seguindo o itinerário da visita, chega-se, do outro lado, ao monumental teatro romano, extremamente bem-preservado. As colunas de mármore, os lintéis, as esculturas e a base do palco são peças originais.
Quando estiver no teatro, procure as ruínas das bancadas de mármore que se encontram entre as primeiras filas do anfiteatro. Esse era o lugar reservado aos senadores, e daí a utilização de um material mais nobre.
O teatro hoje é utilizado para eventos culturais – entre os meses de junho e agosto, acontece Festival Internacional de Teatro Clássico, um dos mais antigos do mundo. A 63ª edição, iniciada em 27 de junho, se encerra nesta semana com apresentação (21 a 25/8) do clássico “Titus Andronicus”, de William Shakespeare.
Em setembro acontece mais uma edição do Stone & Music Festival (stoneandmusicfestival.com), que apresenta shows de músicos de várias vertentes. Neste ano dividirão o palco romano artistas como Malú, Umberto Tozzi, Disney em Concerto com a Orquestra de Extremadura, Gloria Gaynor, Homens G e Vanesa Martín.
Atrações
Teatro e anfiteatro. 12 euos (inteira) e 6 euros (meia). Visita noturna, para grup de 20 pessoas, dura uma hora e custa 17 euros.
Conjunto Monumental. Teatro, anfiteatro, circo, Alcáçova, Morería, cripta Sta. Eulália e Casa Mitreo-Columbarios: 15 euros (inteira) e 7,5 euros (meia).
Aqueduto, Templo deDiana, ponte romana e arco de Trajano. Gratuito.
Circo Romano, Alcáçova Árabe e Casa del Mitreo. 6 euros (inteira) e 3 meia (meia) cada atrativo.
Quem leva
Operadora. Bauer Turismo Inf. (31) 3226-7874 ou no site.
Pacote. Inclui oito dias de viagem com café da manhã, guia, traslados, transporte em ônibus turismo, seguro-viagem e visitas a Madri, Mérida, Sevilha e Granada. Aéreo sob consulta.
Preço. A partir de 675 euros.
Saídas. 7, 14, 21 e 28/9; 5, 12 e 19 e 26/10; 2, 9 e 23/11; 7, 21 e 28/12.