Cuiabá também é lugar de uma boa prosa, na porta das casas e no bar de João Batista Junior, 29. Lavrador, ele aproveita as festas na cidade para ganhar um dinheiro extra. O semblante tranquilo e a simplicidade revelam um morador típico da região, com muitos causos para contar. Aqui em Cuiabá todo mundo se conhece e é muito confortável ficar perto de quem se gosta. Quem vem de fora acaba gostando, porque na cidade grande as pessoas são mais afastadas, acredita.
Quem visita o distrito escuta, portanto, histórias interessantes por toda parte do lugarejo, principalmente quando o assunto é como o local surgiu.
Os moradores mais antigos contam que um bandeirante veio para Cuiabá por volta do século XVI em busca de ouro e diamantes. O nome completo dele continua um mistério, mas o fato é que carregava o sobrenome Doria, presente até hoje no nome da maioria das famílias que moram no lugar.
Com a sua morte, por volta de 1712, foi erguida uma capela em torno da qual foram construídas as primeiras casas. O bandeirante era de Cuiabá, no Mato Grosso do Sul. Para homenagear a sua cidade natal, resolveu-se colocar o nome do vilarejo de Cuiabá, explica a artesã Selma Doria Alvares Pereira, 44.
Na casa onde mora com a família, a artesã trabalha na produção de peças de biscuit, vendidas no vilarejo e em mercados de outras cidades da região. A sua residência também abriga uma plantação de hortaliças e várias árvores frutíferas, como laranjeira, macieira, jabuticabeira e outros frutos do cerrado. (RV)