BRASÍLIA. O Ministério de Minas e Energia informou nesta segunda-feira (6) que 458 mil imóveis em 162 municípios do Rio Grande do Sul estão sem energia. Segundo a pasta, 450 mil deles por motivos de segurança ou impedimento de acesso pelo nível das águas.
A pasta já contabiliza 534 mil desligamentos desde o início da crise, que começou na semana passada, em função de fortes temporais e enchentes.
Ao todo, 336 cidades estão em estado de calamidade pública. Segundo boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, o número de mortos subiu para 83; há 111 pessoas desaparecidas e 276 pessoas feridas.
Mais de 300 mil gaúchos ficaram sem energia elétrica desde a semana passada. Neste período, 150 mil imóveis tiveram o fornecimento de energia elétrica religados. Somente no Vale do Taquari, região com 36 cidades, 40 mil “unidades consumidoras” foram religadas.
A pasta comandada pelo ministro Alexandre Silveira informou ainda que os desligamentos de energia cresceram nesse período em Porto Alegre, em função de questões relacionadas à segurança.
Ao todo, cerca de 4 mil pessoas estão trabalhando para manter o abastecimento de energia elétrica e de combustível no RS. As concessionárias de energia envolvidas na recuperação do sistema elétrico são: CERTEL, Equatorial CEEE-D e CPFL – RGE Sul.
Não há qualquer informação ou previsão de o governo federal irá aplicar algum subsídio, ou irá tomar medidas para reduzir a tarifa da energia elétrica para os moradores e donos de imóveis atingidos pelo mau tempo.
Para evitar um “apagão” nos postos de combustíveis, o governo federal aprovou a flexibilização da mistura obrigatória do biocombustível.
Na prática, significa diminuir a quantidade de etanol e de biodiesel nas misturas do diesel e da gasolina. A avaliação é que não se pode obrigar, por exemplo, alguém a abastecer o etanol, uma vez que falta o combustível nas regiões atingidas.
Conforme nova determinação do Agência Nacional do Petróleo (ANP) para o Rio Grande do Sul, as regras valerão por 30 dias, a contar do dia 3 de maio.
Dessa forma, o diesel poderá ter, no mínimo, 2% da mistura de biodiesel no estado gaúcho. Atualmente, o percentual é de 14%. No caso da gasolina, será permitido misturar, no mínimo, 21% de etanol.
O Ministério de Minas e Energia informou que não há qualquer risco de rompimento de barragem no Rio Grande do Sul. As estruturas estão estáveis, sem alteração e seguem sendo monitoradas.
Nesta segunda-feira, em conversa com a imprensa, o ministro Alexandre Silveira afirmou que pretende viajar ao Rio Grande do Sul na terça-feira (7), após cumprir agenda nesta semana no Paraguai.
Segundo disse, o objetivo é “prever novos problemas” e “evitar” desabastecimento, energia elétrica, óleo e gás para unidades de saúde, escolas e creches
Na semana passada, quando o presidente Lula e uma comitiva de ministros viajaram ao Rio Grande do Sul, o ministro de Minas e Energia cumpria agenda internacional em Roma. Silveira chegou a se encontrar com o Papa Francisco. O pontífice inclusive fez um pronunciamento em solidariedade aos gaúchos.