ZUMBI

'Droga K' é alvo de segundo dia consecutivo de operação em presídio mineiro

Segundo a Sejusp, a revista minuciosa acontece no Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na Grande BH

Por José Vítor Camilo
Publicado em 08 de maio de 2024 | 12:28
 
 
 
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Acontece nesta quarta-feira (8 de maio) o 2º dia da operação "K9", que visa a localização de drogas sintéticas conhecidas como "droga K" ou "droga zumbi" nos presídios de Minas Gerais. Desta vez, o alvo das buscas minuciosas é o Presídio Antônio Dutra Ladeira, localizado em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. No 1º dia da ação, promovida terça-feira (7) foi vistoriado o Presídio Inspetor José Martinho Drumond, no mesmo município. Até o momento, as buscas já levaram ao encontro de mais de 100 micropontos da droga nas duas unidades prisionais. 

Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a operação é deflagrada pela Polícia Penal, por meio do Comando de Operações Especiais e do Grupamento de Intervenção Rápida, que fez a retirada de todos os presos das celas para a inspeção minuciosa no local na unidade prisional.

O nome da operação, “K9”, faz referência às drogas e ao uso de cães nas buscas, já que o código em inglês dá nome aos cães policiais. 

Este segundo dia de operação contou com a presença do secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco, que acompanhou o início dos trabalhos e afirmou que a Polícia Penal “não medirá esforços para evitar que todo e qualquer item ilícito entre ou permaneça no interior das unidades prisionais”.

“Estamos trabalhando em várias frentes. A tropa é preparada e a operação K9 é apenas mais uma das nossas ações para impedir que drogas, entre outros ilícitos, sejam utilizados dentro do sistema prisional”, reforçou o secretário.

Mais de 9 mil porções de K4 apreendidas em 2024

Ainda de acordo com a Sejusp, somente entre janeiro e março deste ano já foram localizados nas unidades prisionais de Minas um total de 9.247 pontos de K4. Para se ter ideia, ao longo de todos os 12 meses de 2023 o Depen apreendeu cerca de 11,7 mil pontos da droga nos presídios do Estado. 

Conforme publicado por O TEMPO, entre dezembro de 2023 e março deste ano, 13 detentos morreram em dois presídios de Minas Gerais. Os casos ocorreram em unidades de Ribeirão das Neves, na região metropolitana. Do total de mortos, sete ocorreram em apenas duas semanas.

A droga K

As drogas de origem K causam um “efeito zumbi” nos usuários, o que foi motivo para algumas bocas de fumo em Belo Horizonte “barrarem” a venda do entorpecente após um “teste de qualidade”.  A droga (originalmente líquida) chega geralmente borrifada em papéis ou em ervas para ser fumada.

Trata-se de um canabinoide sintético produzido em laboratórios clandestinos dentro e fora do Brasil e que provoca severas contrações musculares, alucinações, psicose, convulsões e até a morte.  

De mesma origem, K2, K4 e K9 só mudam na forma em que são “apresentadas”. Quando a substância é borrifada no papel, recebe a alcunha de K2. Quando a borrifação é em tabaco, vira K4. Já quando a droga é misturada a outros entorpecentes, aí a denominação é de K9.

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