REGIÃO METROPOLITANA

'Droga zumbi': operação busca recolher K9 e mais produtos ilícitos em presídio de Ribeirão das Neves

No último fim de semana, uma visitante foi flagrada tentando entrar no presídio com mais de mil unidades de K4, além de cocaína, maconha e um aparelho celular

Por Rayllan Oliveira
Publicado em 07 de maio de 2024 | 10:40
 
 
 
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O presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi alvo de uma operação durante a manhã desta terça-feira (7 de maio). Agentes do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) fizeram a vistoria da unidade, a fim de recolher drogas sintéticas da família K, além de demais produtos ilícitos. No último fim de semana, uma visitante foi flagrada tentando entrar no presídio com mais de mil unidades de K4, além de cocaína, maconha e um aparelho celular.

“A operação neste momento é extremamente importante. Mas vamos além. O trabalho de conscientização e de prevenção que já estamos realizando em algumas das nossas unidades prisionais, em que a agressividade desta droga é relatada aos custodiados, já está surtindo um grande resultado. A operação pente-fino, que envolve mais de 200 policiais penais empenhados, é parte de um trabalho extenso e com vários eixos de atuação”, disse o diretor-geral do Depen-MG, Leonardo Badaró.

A operação pente-fino reúne mais de 200 policiais penais. De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a apreensão destes produtos ilícitos é um desafio para a segurança pública em razão da especificidade do material. Isso porque a droga pode estar borrifada em pedaços de papel camuflados em roupas.  

"A operação desta manhã é mais uma ação do sistema prisional para enfrentar a circulação deste tipo de droga no presídio, que registrou recentemente óbitos que estão sob investigação e que geraram suspeitas de uso excessivo da droga", destacou a pasta, em nota. Conforme balanço da Sejusp, de janeiro de 2.023 a março de 2.024, mais de 21 mil pontos de drogas K foram apreendidos em MG. Deste total, 9.247 foram somente no primeiro trimestre deste ano.  

Conforme publicado por O TEMPO, entre dezembro de 2023 e março deste ano, 13 detentos morreram em dois presídios de Minas Gerais. Os casos ocorreram em unidades de Ribeirão das Neves, na região metropolitana. Do total de mortos, sete ocorreram em apenas duas semanas.

A droga K

As drogas de origem K causam um “efeito zumbi” nos usuários, o que foi motivo para algumas bocas de fumo em Belo Horizonte “barrarem” a venda do entorpecente após um “teste de qualidade”.  A droga (originalmente líquida) chega geralmente borrifada em papéis ou em ervas para ser fumada.

Trata-se de um canabinoide sintético produzido em laboratórios clandestinos dentro e fora do Brasil e que provoca severas contrações musculares, alucinações, psicose, convulsões e até a morte.  

De mesma origem, K2, K4 e K9 só mudam na forma em que são “apresentadas”. Quando a substância é borrifada no papel, recebe a alcunha de K2. Quando a borrifação é em tabaco, vira K4. Já quando a droga é misturada a outros entorpecentes, aí a denominação é de K9. Se misturada com maconha, por exemplo, autoridades já costumam chamar o produto final de “supermaconha”.

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