Brasília. As nove empreiteiras investigadas na operação Lava Jato pela Polícia Federal receberam R$ 11,4 bilhões do governo federal entre 2004 e 2014. As empresas que mais receberam recursos do Orçamento Geral da União foram a Construtora Queiroz Galvão e a Construtora Norberto Odebrecht, que receberam R$ 3,2 bilhões cada uma nos últimos 11 anos. O ranking dos três primeiro lugares fica completo com a Camargo Corrêa, que angariou R$ 1,9 bilhão no período.
Ainda na casa do bilhão, a Galvão Engenharia S.A. recebeu R$ 1,2 bilhão do governo federal. Em seguida, a Mendes Junior, com R$ 861,3 milhões, e a OAS, uma das maiores doadoras das campanhas eleitorais destas eleições, que foi beneficiada com R$ 775,7 milhões.
A Engevix e a Iesa receberam, respectivamente, R$ 122,6 milhões e R$ 71,4 milhões. Já a UTC, claramente a menos favorecida, recebeu R$ 189,7 mil no mesmo período de tempo.
Os dados foram levantados pelo site Contas Abertas no portal de transparência da Controladoria Geral da União no período disponível, de 2004 a 2014. Caso as denúncias sejam comprovadas no que diz respeito à Petrobras, as referidas empresas poderão ser consideradas inidôneas, com repercussão em obras que executam para órgãos federais recebendo recursos do Orçamento Geral da União.
Em 2014, a Odebrecht lidera os pagamentos recebidos da União com R$ 756,5 milhões. O montante foi destinado à implantação de Estaleiro e Base Naval para construção e manutenção de Submarinos Convencionais e Nucleares. A iniciativa pertence ao Ministério da Defesa e tem objetivo de abrigar a estrutura de comando e controle dos equipamentos.
A construtora Camargo Corrêa, por sua vez, recebeu R$ 441,7 milhões. A empreiteira é responsável atualmente pela adequação de trecho da BR–101 em Santa Catarina e pela construção da Ferrovia Norte-Sul, no trecho entre Ouro Verde de Goiás e São Simão.
Já a empresa Mendes Júnior captou R$ 337,6 milhões neste ano. Os recursos foram destinados, por exemplo, à integração do rio São Francisco com as bacias dos rios Jaguaribe, Piranhas-Açu e Apodi, no eixo Norte da obra.
As empresas também receberam R$ 576,1 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública vinculada ao Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação. Ao todo, os valores celebrados em contrato chegam a R$ 682,4 milhões. Dentre os financiamentos, três foram concedidos a “fundo perdido”, quando não há reembolso.
O contrato de maior valor – R$ 266 milhões – foi celebrado com a Queiroz Galvão para um campo na bacia de Santos.
Contrato
Tubos. Outro contrato de grande vulto também diz respeito à esfera petrolífera. Ele foi celebrado com a Odebrecht Participações e Engenharia com o valor total de R$ 103,1 milhões.