São Paulo. O ex-médico Roger Abdelmassih, 70, cogitou cometer suicídio para evitar a volta à prisão. Em conversa com policiais civis e a reportagem da Rádio Estadão, na tarde de quarta-feira, 20, no Aeroporto de Congonhas, zona sul da capital paulista, o capturado disse que comprou uma arma. Ele pediu para darem um “basta” às vítimas que protestavam durante sua chegada. O áudio foi obtido com exclusividade.
“Eu consegui comprar uma arma usada, uma 38. Eu comprei e falei: ‘Se eu for pego, eu dou um tiro na cabeça’”, revelou Abdelmassih. Um dos maiores especialistas em fertilização in vitro do país, ele foi capturado na terça-feira, após ficar três anos foragido em Assunção. Abdelmassih contou que “estava preparado”, mas desistiu do plano. “Eu não vou me matar mais. Eu vou acreditar agora na advocacia, porque eu fui condenado estupidamente, loucamente, por situações como estas. Não tem uma prova”, disse o ex-médico, enquanto esperava para ser transferido para Tremembé, no interior. Ele entrou, porém, em contradição. “Preferia morrer. Não tem sentido minha mulher e meus filhos pequenos de 3 anos irem me visitar na cadeia”, afirmou. Ao insistir para ser levado para Tremembé, o ex-médico falou sobre seu período na cadeia há cinco anos. “Eu passei um período difícil na prisão. Foram quatro meses que sofri muito.”
Em 2009, ele ficou preso, mas foi ganhou a liberdade com uma liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-médico também insistiu em sua inocência. “Eu não tive nenhuma prova (contra mim)”.
Pela 2ª vez
Onde. Pela segunda vez, Roger Abdelmassih, ficará detido em Tremembé, interior de SP. Ele ficará isolado dos demais detentos por dez dias.