Policiais Militares trocaram tiros com criminosos no início da manhã desta terça-feira (4), por volta das 5h30, quando iniciavam operação contra o tráfico de drogas na favela da Rocinha, em São Conrado, zona sul do Rio. Até as 13h, não havia informações de feridos.
Moradores da comunidade, no entanto, registravam queixa na delegacia da comunidade por suposto abuso de poder de PMs.
"Eles entraram na minha casa sem mandado judicial e agrediram minha mulher com tapa na cara porque ela filmou com o celular eles invadindo. Depois apagaram o vídeo do aparelho dela", afirmou o líder comunitário e microempreendedor Carlos Eduardo Barbosa, 37. Ele disse ainda que a mulher dele sofreu hematomas no braço e na perna.
"Minha filha de 16 anos também sofreu agressão verbal. Eles saíram entrando na minha casa enquanto um policial falava comigo do lado de fora. Só ouvi os gritos delas", acrescentou o morador.
Segundo Barbosa, os PMs estavam sem identificação, mas a família pode tentar reconhecê-los. A reportagem entrou em contato com a coordenação das UPP, mas não obteve retorno sobre o caso até as 13h.
Participam da ação cerca de 300 policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) local, do Grupamento Aeromóvel e dos Batalhões de Choque, de Operações Especiais (Bope) e de Ações com Cães (BAC). Segundo a coordenação das UPPs, eles checam informações de esconderijos de armas e drogas para o setor de inteligência.
Ainda de acordo com a PM, criminosos lançaram fogos de artifício para alertar os traficantes sobre a presença da polícia. Mesmo com uma UPP há pouco mais de dois anos, a Rocinha tem casos frequentes de violência um deles foi o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo Souza.
Sem aulas
A Secretaria Municipal de Educação informou em nota que 895 alunos ficaram sem aulas na manhã desta terça-feira (4) em duas escolas, um Espaço de Desenvolvimento Infantil e uma creche. A pasta afirmou que as unidades fecharam por segurança, mas as aulas serão repostas.