Um temporal que atingiu Salvador na madrugada desta segunda (27) deixou ao menos 13 mortos, inundou setores de dois hospitais e alagou as principais vias da cidade.
A prefeitura diz que mais pessoas poderiam estar soterradas e que manteria as buscas durante a madrugada.
Segundo ela, em algumas regiões choveu 198 milímetros em 24 horas - 65% do esperado para abril inteiro.
As vítimas foram soterradas por dois deslizamentos de terra na periferia.
Oito foram localizadas na comunidade do Barro Branco, mesma região atingida por um deslizamento em 1996 que deixou 13 mortos e 300 desabrigados. A terra caiu sobre quatro casas de uma encosta e deixou entre as vítimas uma criança de 12 anos.
Na comunidade do Marotinho, próxima à entrada de Salvador pela BR-324, cinco pessoas morreram, incluindo dois irmãos de 12 e 15 anos.
Oito pessoas foram resgatadas e levadas para hospitais estaduais, mas nenhuma delas corria risco de morrer.
As áreas atingidas pelos deslizamentos foram esvaziadas, e os moradores irão receber auxílio-moradia.
O prefeito ACM Neto (DEM) disse que os deslizamentos ocorreram em áreas de ocupação irregular. Prometeu intensificar obras de drenagem e contenção de encostas e anunciou a criação de um auxílio (de três salários mínimos) às vítimas de calamidades.
Segundo a prefeitura, a capital baiana tem cerca de 600 áreas consideradas de risco.
A chuva forte também provocou alagamentos, congestionamento (e assaltos a motoristas parados) e inundou parcialmente dois hospitais.
No Santo Antônio, gerido pelas obras sociais Irmã Dulce, três enfermarias foram invadidas pela água, forçando a remoção de 130 pacientes. No hospital privado Agenor Paiva, o atendimento de urgência/emergência foi suspenso.
As principais vias da cidade ficaram alagadas, e a população foi orientada a ficar em casa e evitar as avenidas de grande fluxo de veículos.
Pelo menos três protestos contra os estragos da chuva agravaram o trânsito de manhã. À noite, outro protesto bloqueou a avenida Paralela, via de maior fluxo da cidade.
Aulas em escolas e universidades foram suspensas.
A prefeitura orientava a população a não sair de casa se chover nesta terça (28). Segundo o Inmet (instituto de meteorologia), o clima deve continuar nublado, com pancadas de chuva, até quinta (30).
Atualizada às 20h57