Diante do crescimento dos casos de dengue e zika vírus no país – doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti –, repelente virou artigo de luxo. Em Minas Gerais, grandes redes de farmácias não têm o Exposis Extreme, único no mercado à base de icaridina, que é recomendado para grávidas.
Em Belo Horizonte, o produto é encontrado apenas na Drogaria Araújo, mas a preço inflacionado. No início de setembro, a artesã e publicitária Isabella Ferreira, 27, comprou um frasco de Exposis por R$ 52 em uma loja da Drogaria Araújo. “Eu estava indo para Ilhabela (SP). Lá, o Exposis custa cerca de R$ 80”, conta. Se fosse comprar o mesmo frasco hoje, teria que desembolsar mais ou menos isso. Na Araújo, o repelente já custa R$ 79,90. Segundo um funcionário da drogaria, a alta no preço do produto foi provocada pela grande procura.
Em nota, a assessoria de imprensa da Araújo justificou que o aumento do preço é “consequência da alta do custo de produção, da compra em intermediários (distribuidores e atacados), além da variação do dólar, já que a matéria prima é importada”.
Nas drogarias Pacheco e na Droga Raia, o consumidor só encontra os produtos à base de DEET, que são menos recomendados para as gestantes. Mesmo assim, a gama de opções de repelentes está bem reduzida. Na Pacheco, algumas lojas só têm o Repelex, que está custando cerca de R$ 12. A Droga Raia tem também o Off! em versão loção, a R$ 22,19 o vidro de 200 ml. Procuradas, as assessorias da Pacheco e da Raia não informaram quando o Exposis voltará às prateleiras.
Em outros Estados do Brasil, a situação não muda muito. Um levantamento feito pelo Procon do Rio de Janeiro revelou que, além de os preços terem subido muito, algumas farmácias estão fazendo um “mercado negro” de repelentes. Os estabelecimentos escondem o estoque para forçar os preços para cima.
Uma alternativa para quem quer se proteger é comprar na internet. Na Americanas.com, é possível encontrar o Exposis por R$ 55,10. No site da drogaria Onofre, por R$ 51,98, e na versão online da Droga Raia, o frasco de 100 ml em apresentação spray está custando R$ 53,90. Todas essas lojas online entregam os produtos em todo o Brasil.
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São Carlos testa pastilha contra Aedes
São Paulo. A cidade de São Carlos (SP) vai testar uma estratégia inovadora no combate ao Aedes aegypti. Um micro-organismo capaz de exterminar as larvas do mosquito, que transmite a dengue, o zika vírus e a chikungunya será produzido em forma de pastilha, que deve ser disponibilizada em pontos de possíveis criadouros. A distribuição gratuita do larvicida está prevista para janeiro de 2016.
O município viveu uma epidemia no início do ano com mais de 17 mil casos e quatro mortes. De julho até agora já são 38 casos confirmados e 719 notificações. A estratégia para tentar combater a proliferação do mosquito.