O aumento da taxa básica de juros (Selic) reduziu o lucro do Banco Central no primeiro semestre de 2014.
O ganho da instituição foi de R$ 5,3 bilhões no período, menor valor para os seis primeiros meses do ano desde 2009, quando houve prejuízo de R$ 800 milhões. No mesmo período do ano passado, o ganho foi de R$ 17,7 bilhões.
A queda no lucro se deve ao aumento de despesas com depósitos compulsórios (dinheiro das instituições financeiras que fica retido no BC) e operações com títulos públicos entre BC e mercado.
Nesses dois casos, houve aumento tanto do estoque que é remunerado e como da taxa de juros. A taxa básica está hoje em 11% ao ano. No início do ano passado, estava em 7% ao ano.
O ganho do BC será transferido em até dez dias úteis para o caixa do Tesouro Nacional. Os recursos são usados para o abatimento de dívida, portanto, não têm impacto no superavit primário, que é a diferença entre receitas e despesas não financeiras.
Perdeu dinheiro
Pela legislação, a instituição não inclui nessa conta os ganhos ou perdas com a variação das reservas em moeda estrangeira nem o resultado com as operações de swap cambial.
Nesse caso, o BC perdeu dinheiro. As reservas internacionais, que tiveram rentabilidade negativa de 5,13% no semestre por causa da queda do dólar, entre outros fatores, geraram um custo de R$ 71,5 bilhões (em moeda nacional).
Essa perda foi compensada parcialmente pelo lucro nas operações de swap cambial, que foi de R$ 20,3 bilhões no mesmo período. Descontado esse valor, ainda restou uma perda de R$ 51,2 bilhões para o BC, que será coberta pelo Tesouro Nacional, com pagamento feito em janeiro de 2015.
Essa despesa, por ser financeira, também não tem impacto no superavit primário.