A economia de água na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) vem perdendo força no segundo semestre. Em agosto foi de 10,85%, próximo do patamar de julho, 10,6%, segundo informações da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). A taxa mais alta foi de 16%, em março deste ano, ainda assim abaixo da meta de economia da empresa, que é de 30%.
Apesar do patamar de economia menor, o racionamento foi descartado pela companhia em agosto. E a cobrança da sobretaxa também foi enterrada pela estatal em junho.
Durante coletiva em agosto, a presidente da companhia, Sinara Meireles, explicou que o volume de chuvas no primeiro semestre deste ano foi 55% maior que o mesmo período do ano passado, o que fez com que os reservatórios ganhassem fôlego para aguentar o período de chuvas e acabou compensando na economia menor que os 30%. No primeiro semestre, a economia média foi de 13%.
Em nota, a Copasa ressalta que o risco de desabastecimento na região metropolitana está afastado. Segundo a empresa, a água armazenada nos reservatórios do Sistema Paraopeba é suficiente para garantir o abastecimento de toda a população atendida pelo sistema na região até janeiro do próximo ano.
A estatal frisou que em dezembro será inaugurada a obra de captação de 5.000 litros de água por segundo do rio Paraopeba, que permitirá a recuperação dos reservatórios durante o período de captação. A retirada da água será feita preferencialmente nos meses chuvosos, quando a vazão do rio Paraopeba é abundante. Essa intervenção vai viabilizar a distribuição de água para a população da região metropolitana ao mesmo tempo em que permitirá a acumulação de água dos reservatórios do Sistema Paraopeba para o enfrentamento do período seco. Com essa obra, o risco de desabastecimento na região fica afastado para os próximos anos.
Recorde. Nesta sexta, o nível dos reservatórios do Sistema Paraopeba estava em 27,1% da capacidade, bem mais baixo dos 29,4% há um mês, quando, até então, era o menor índice do ano.
Ainda conforme a Copasa, outro fator que contribuiu para afastar a possibilidade de desabastecimento foi o programa Caça-Gotas. Composto de equipes especializadas no atendimento a ocorrências de vazamentos, rupturas de redes e de ligações, o programa reduziu em 52% o tempo para correção de vazamentos em Belo Horizonte, passando de cerca de nove horas para quatro horas e 18 minutos. Os dados apurados até agosto indicam que a companhia realizou 120.836 atendimentos na região metropolitana.
Paraopeba
Abastecimento. Formado pelos reservatórios Serra Azul, Várzea das Flores e Rio Manso, o Sistema Paraopeba fornece água para a Grande BH.
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