De 2014 para 2015, o número de voos no aeroporto da Pampulha caiu 20,7% e o volume de passageiros recuou 24,5%. Se depender do governo mineiro e da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o aeroporto da Pampulha vai voltar a receber aeronaves de maior porte. O secretário de desenvolvimento do Estado de Minas Gerais, Altamir Rôso, está pronto para ir à Brasília, negociar a viabilidade dos grandes voos. Hoje, o terminal só pode receber modelos com capacidade de no máximo 72 pessoas.
“O setor de aviação passa por muitas dificuldades e estamos buscando formas de dar opções às companhias. Empresas já demonstraram interesse em operar na Pampulha, com jatos de 120 passageiros. A Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) diz que depende de adequações da Infraero, que diz que já foram feitas. Então vamos nos reunir com a Secretaria da Aviação Civil (SAC) para esclarecer o que realmente precisa ser feito”, afirma.
A Anac informa que em setembro do ano passado solicitou que a Infraero enviasse uma declaração sobre a capacidade do aeroporto, acompanhadas de medidas necessárias para operações maiores. Após análise da resposta da estatal, a agência manteve a autorização apenas para aeronaves de menor porte. Entretanto, a Infraero afirma que informou à Anac que, em termos de infraestrutura de pistas e pátios, Pampulha está apto para atender a demanda de aeronaves até tipo C, que incluem Embraer 190/195, Airbus 319 e Boeing 737-700. “Contudo, até o momento, não há autorização para qualquer operação com esses equipamentos”, ressalta a Infraero.
A autorização envolve questões de segurança e infraestrutura. No passado, Pampulha já recebeu aeronaves de grande porte, até os voos serem transferidos para Confins, em 2005. Até 2010, apenas aeronaves de até 50 passageiros podiam pousar e decolar. Depois, a Anac liberou os modelos ATR de até 72 passageiros.
Enquanto nada é decidido, o aeroporto vai perdendo movimento. Em 2014, foram 64 mil pousos e decolagens, com 945,4 mil passageiros. Em 2015, caiu para 50,8 mil voos e 712,5 mil embarques e desembarques. Em abril deste mês, alegando interferência da crise econômica na queda da demanda de passageiros, a Azul encerrou suas operações no terminal. Atualmente, apenas a Passaredo e a FlyWays operam na Pampulha. As duas juntas têm 11 voos em operação e mais 12 em análise.
Executivo
Ocupação. Hoje, a força do aeroporto da Pampulha está na aviação executiva, que responde por 84,2% dos voos. De 2014 para 2015, a fatia dos voos regulares caiu de 20,5% para 15,8%.