Os ovos de chocolate já chegaram aos supermercados e lojas especializadas e trazem um desafio para indústria de chocolates: manter as vendas do ano passado. Em 2015, foram vendidos 80 milhões de ovos, 19,7 mil toneladas de chocolates, quantidade que já foi considerada estável em relação a 2014. Além disso, no período de janeiro a setembro de 2015, último dado disponível, a venda de chocolates caiu 10% no país, segundo informou a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab).
Neste ano, uma das estratégias adotadas pela indústria foi diminuir o tamanho dos ovos para conseguir preços mais atrativos, tendo em vista que o setor deve repassar ao consumidor os aumentos de custo, incluindo a alta do dólar, já que parte do material usado na fabricação é importada. As 11 maiores indústrias do setor prepararam 147 lançamentos para 2016, a maioria em tamanhos menores do que os vendidos em 2015.
Segundo o vice-presidente da Abicab, Ubiracy Fonseca, as fábricas estão fazendo “mais com menos”, investindo em produtividade, diminuindo formas e embalagens, reduzindo o tempo de produção. “Tudo para termos um custo menor e até mesmo reduzindo as margens de lucro para possibilitar vendas”, disse o dirigente.
A dona de casa Vânia Pereira, 39, percebeu a estratégia. “Fiquei interessada em ovos menores, que tinham um preço em torno de R$ 30. Nessa faixa, achei o preço bom”, opinou. Vânia pesquisava preços dos ovos com a filha Marcella de Castro, 8, mas decidiu esperar pelas promoções. “A gente nunca compra um ovo só. Então não vou comprar agora, vou só pesquisar e aguardar a promoção. Às vezes, a gente consegue comprar dois ovos pelo preço de um”, afirmou.
Lalka. Na Lalka, marca mineira de chocolates semi-artesanais de 90 anos, o objetivo é repetir as vendas do ano passado. “Esperamos, pelo menos, empatar as vendas”, disse o gerente comercial e um dos sócios, Roberto Grochowski. Ele afirma que a Páscoa de 2015 já foi entre 3% e 5% pior do que em 2014. Ele também acredita que os ovos menores serão os mais consumidos.
Vale tudo
Alternativas. Segundo a associação do setor, ovos e embalagens menores são estratégias para ter um custo menor. A margem de lucro também foi reduzida, para que isso facilite as vendas.
Páscoa gerou 29 mil empregos temporários, diz associação
A Páscoa gerou 29 mil empregos temporários. Segundo a Abicab, que reúne as indústrias do ramo, as contratações começaram em outubro e vão se estender até março. O número representa um aumento de 10% na comparação com o ano passado, quando foram 26.500 temporários.
Só a Garoto contratou 6.000 pessoas, tanto para a indústria quanto para os pontos de venda. “Com mais promotores, o objetivo é estimular o consumo” , explica o vice-presidente da Abicab, Ubiracy Fonseca.
A TopCau, que trabalha com ovos licenciados e de menor tamanho, está produzindo agora miniovos, de 96 gramas, que representam um desembolso menor. A marca reajustou os produtos em 10%.