A empresa automobilística sino-árabe Amsia Motors, que planeja investir em torno de US$ 500 milhões em uma fábrica de veículos em Sete Lagoas, na região Central do Estado, já está procurando empresas parceiras no município. Os fornecedores interessados devem enviar um e-mail para info@amsiaglobal.com, mencionando a área de interesse, perfil da empresa escopo de trabalho. E os planos da multinacional incluem outra cidade mineira, Monte Alegre de Minas, no Triângulo Mineiro. O investimento, que deve ser no mesmo patamar de Sete Lagoas, será nos setores eletrônico, agrícola e de geradores de energia, com abertura de 900 postos de trabalho.
As assinaturas do Memorando de Investimento de ambos empreendimentos aconteceu dia 18 de dezembro passado pelo diretor global de vendas e marketing da Amsia Motors, Moeth Ahmed, com os prefeitos dos dois municípios, Marcio Reinaldo Dias Moreira (Sete Lagoas) e Rodrigo de Alvim Mendonça (Monte Alegre).
O diretor da multinacional estipulou, depois da aprovação do projeto pelo Estado e União, um prazo de três anos para o início da produção em Sete Lagoas. Durante a execução das obras, serão criados entre 1.500 e 2.000 empregos. E, em funcionamento, a estimativa é de geração de 2.000 postos de trabalho diretos. Em dezembro passado, ele informou que as negociações com os governos estavam avançadas.
No município, a montadora deverá ser instalada nas imediações da Iveco. A empresa está realizando os procedimentos necessários para abrir o escritório de Sete Lagoas. Em Monte Alegre de Minas, conforme o diretor da MHA, Marcos de Matteis Pinto, empresa responsável pelos projetos de engenharia, o terreno também já foi selecionado.
Governo do Estado. Procurado pela reportagem, o Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi) – que é uma agência de promoção de investimento do governo mineiro – informou que em razão de confidencialidade com a empresa não está se pronunciando sobre o assunto.
Lay-off vira prática recorrente em montadoras de todo o país
São Paulo. Na última segunda-feira, data do retorno do período de férias coletivas de fim de ano dos empregados da fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, a montadora comunicou a 1.700 funcionários que eles entrariam em lay-off por cinco meses. Na terça-feira, outros 2.300 trabalhadores da mesma fábrica voltaram de um período também de cinco meses de suspensão de contrato.
Na General Motors de São Caetano, também no ABC, o layoff de 750 empregados que venceria entre quinta-feira e dia 15 foi prorrogado para 7 de março. Segundo a montadora, a “medida visa a ajustar a produção à atual demanda do mercado”. A Ford, por sua vez, abriu na última segunda-feira o novo Programa de Demissão Voluntária na unidade de Camaçari (BA).
Anfavea confirma programa
São Paulo. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, confirmou que o governo e 19 entidades do setor automobilístico formatam um programa de renovação da frota de veículos no país, mas afirmou que considera “muito improvável” que o governo aprove ainda em janeiro esse plano. “A proposta foi entregue em dezembro, e eu acho absolutamente improvável que uma proposta entregue em dezembro seja aprovada em janeiro”, disse.
Segundo Moan, a medida está sendo analisada pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A declaração de Moan vai na contramão do que disse na quarta-feira o presidente da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Alarico Assumpção. Ele afirmou que a medida deverá ser anunciada em janeiro pelo governo, com o nome de Programa Sustentabilidade Veicular.
O teor do programa não foi detalhado, mas Assumpção adiantou na quarta-feira que há uma proposta em estágio avançado: o consumidor que possui um automóvel com mais de 15 anos de uso, ou um caminhão com mais de 30 anos de uso, poderá trocá-lo por um novo em concessionárias ou revendedoras independentes. O veículo usado seria avaliado, encaminhado para reciclagem, e o valor definido viraria crédito na compra do novo.
Produção menor. A produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no mercado brasileiro caiu 22,8% no ano em relação a 2014, segundo a Anfavea. Foram produzidos 2,429 milhões de veículos no país. O pior resultado foi na fabricação de caminhões, que caiu 47,1% em 2015 ante 2014, ao totalizar 74.062 unidades.
O estoque total de veículos nos pátios das concessionárias e das montadoras caiu de 322,2 mil unidades em novembro deste ano para 271 mil em dezembro. Com a queda, o estoque de veículos em dezembro era suficiente para 36 dias de vendas, ante 42 dias em novembro. O setor considera ideal um estoque equivalente a 30 dias de vendas.