Brasília. O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou nessa terça-feira (27), em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, que a política de preços de combustíveis ainda está sendo discutida e que ela, por seguir a paridade internacional, pode resultar no aumento ou na queda do preço da gasolina. “É importante ressaltar que, sendo uma política que tem paridade internacional, a direção da mudança de preços não é única. Não é só para subir, ela pode ser para descer também. Mas não há decisão nesse sentido”, disse, após encontro com o presidente Michel Temer.
Acontece que, se houver paridade internacional, a tendência é cair. O preço da gasolina nas refinarias da Petrobras está atualmente cerca de 25% acima da média dos preços no exterior, e já são 12 meses seguidos de gasolina mais cara no Brasil, segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
“A política de preço de combustíveis, como já informei várias vezes, é um tema empresarial da Petrobras, estamos discutindo internamente uma política. E essa política terá como referência a paridade internacional. Tão logo essa discussão esteja concluída nós informamos”, reforçou Pedro Parente.
Além da influência de alívio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) nas expectativas para a inflação deste e do próximo ano na pesquisa Focus do Banco Central, economistas ouvidos pela reportagem afirmam que as especulações recentes acerca de uma redução no preço dos combustíveis também podem ter motivado as reduções nas estimativas do mercado para o IPCA.
Plano estratégico. O presidente da Petrobras afirmou que foi levar ao presidente da República, Michel Temer, o plano estratégico 2017-2021 da empresa. “Ele (Temer) entendeu que o plano tem três horizontes: um de dois anos, quando nosso objetivo é fazer uma redução mais rápida da dívida da empresa; nos três anos seguintes a gente volta a crescer e nesse período, ao fim de cinco anos, seremos uma empresa que estará produzindo cerca de 3,4 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia, ficando entre as quatro ou cinco empresas que mais produzem petróleo no mundo”.
Petroleiros
Greve. O Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro anunciou que iniciará, nesta quinta-feira (29), greve por tempo indeterminado, contra a proposta da empresa para o reajuste salarial deste ano.
Parente pede pré-sal sem exclusividade
Brasília. O presidente da Petrobras, Pedro Parente, reafirmou nessa terça-feira (27) que a estatal “só tem a ganhar” com o fim da obrigação da exclusividade de ser a única operadora dos campos do pré-sal. “Se você tem uma opção em vez de uma obrigação, é claro que só esta razão já é um benefício muito grande e nós defendemos isso sim”, disse.
Segundo Parente, o fim da obrigação é mais importante já que a empresa “vive momento de restrições financeiras”. "E se nós somos obrigados a participar de todos os campos, não vamos ter recursos para fazer isso”.