Bogotá, Colômbia. Oficialmente num conflito interno há mais de 52 anos, o Estado colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), enfim, chegaram a um acordo final para selar a paz, a ser assinado nesta segunda-feira (26) às 17h (19h de Brasília) num ato solene em Cartagena das Índias pelo presidente Juan Manuel Santos e o número um das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri, o Timochenko.
Chefes de Estado também são aguardados, assim como o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry. O governo brasileiro será representado pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra.
Resta, no entanto, um referendo popular para garantir a aplicação do pacto, marcado para o dia 2 de outubro. Mas até chegar a um consenso que envolve o desarmamento da guerrilha, a redistribuição das terras e sua transformação em movimento político, os dois lados passaram por quatro anos de duras negociações em Havana.
Impasses entre governo e guerrilheiros persistem: afinal, na guerra, que começou com a insurgência de rebeldes marxistas e em muitas ocasiões se misturou com terror e o narcotráfico, mais de 220 mil pessoas morreram, e outras milhões foram deslocadas.
Entre os pontos que culminaram na concessão das Farc a favor da paz estão, principalmente, a condenação à manutenção de sequestros e os ataques militares do Estado na década de 2000. Enfraquecida, a guerrilha se virou ao caminho político.