O atentado à revista "Charlie Hebdo" não é mais nem menos trágico que outros casos de terrorismo que causam mortes pelo mundo, mas este, em especial, me deixa mais estupefato e triste – primeiro, por saber que a motivação tenha sido desenhos de humor, algo que remete diretamente ao meu trabalho diário; segundo, que tenha vitimado nomes importantes do cartum francês, gente que eu admirava, como Wolinski, um cara que influenciou uma geração de artistas brasileiros; e terceiro, por atingir algo sagrado em qualquer democracia e para toda a sociedade: a Liberdade de Expressão.
Os conflitos e as ameaças em razão de charges que ironizam o profeta Maomé não são de agora, mas é assustador pensar que uma tragédia dessa dimensão tenha ocorrido. Como bem escreveu a amiga jornalista Cláudia Rezende, "diante de tantas formas de silêncio impostas aos profissionais da imprensa – a coação, a censura direta ou indireta, a chantagem, a pressão, a demissão –, a violência física é a mais extrema, é a que põe fim à vida, a que silencia para sempre".
É importante também ficarmos atentos a outros casos de intolerância que diariamente temos visto acontecer, sejam de natureza religiosa, política, futebolística ou sexual. As últimas eleições no Brasil servem de exemplo para que percebamos o quanto o ódio, o preconceito e a intolerância embasaram os discursos e comentários de muita gente.
Sei que ainda estamos longe – assim espero – de que algo dessa natureza aconteça por aqui, mas é sempre bom reforçar que as diferenças ideológicas e de pensamento não devem ser dirimidas com violência. O humor não pode curvar-se ao terror.
Clique e participe do nosso canal no WhatsApp
Participe do canal de O TEMPO no WhatsApp e receba as notícias do dia direto no seu celular
O portal O Tempo, utiliza cookies para armazenar ou recolher informações no seu navegador. A informação normalmente não o identifica diretamente, mas pode dar-lhe uma experiência web mais personalizada. Uma vez que respeitamos o seu direito à privacidade, pode optar por não permitir alguns tipos de cookies. Para mais informações, revise nossa Política de Cookies.
Cookies operacionais/técnicos: São usados para tornar a navegação no site possível, são essenciais e possibilitam a oferta de funcionalidades básicas.
Eles ajudam a registrar como as pessoas usam o nosso site, para que possamos melhorá-lo no futuro. Por exemplo, eles nos dizem quais são as páginas mais populares e como as pessoas navegam pelo nosso site. Usamos cookies analíticos próprios e também do Google Analytics para coletar dados agregados sobre o uso do site.
Os cookies comportamentais e de marketing ajudam a entender seus interesses baseados em como você navega em nosso site. Esses cookies podem ser ativados tanto no nosso website quanto nas plataformas dos nossos parceiros de publicidade, como Facebook, Google e LinkedIn.
Olá leitor, o portal O Tempo utiliza cookies para otimizar e aprimorar sua navegação no site. Todos os cookies, exceto os estritamente necessários, necessitam de seu consentimento para serem executados. Para saber mais acesse a nossa Política de Privacidade.