WASHINGTON, EUA. O Departamento de Segurança Interna dos EUA anunciou nessa quarta-feira (28) que ampliará as medidas de segurança em todos os voos comerciais para o país, mas retrocedeu em sua proposta de estender a proibição de laptops e outros aparelhos eletrônicos – a menos que as companhias aéreas e os aeroportos rejeitem cumprir as novas regras. Os padrões mais rígidos vão ser aplicados a 325 mil passageiros que vão aos EUA diariamente, nos 2.000 voos que chegam de 105 países em 280 aeroportos.
“A boa notícia é que encontramos meios de ampliar a proibição a nível mundial, mas ao mesmo tempo não será inconveniente para o público viajante”, disse o secretário John Kelly.
Funcionários do departamento disseram que as mudanças serão “visíveis e invisíveis” e podem incluir triagem adicional para os viajantes e seus laptops e tablets – que podem ser usados para esconder explosivos, alertam as autoridades –, assim como a expansão do Preclearance, um programa pelo qual funcionários da Alfândega e da Proteção de Fronteiras dos EUA conduzirão triagens nos aeroportos internacionais.
Protocolo. Desde março, passageiros de voos para os EUA de alguns países do Oriente Médio foram proibidos de carregar equipamentos eletrônicos maiores que um celular a bordo da cabine. Mas essas restrições poderão ser levantadas se as companhias e os aeroportos afetados adotarem os protocolos das novas medidas de segurança.
Funcionários de alto escalão do Departamento de Segurança Interna disseram que as novas exigências elevarão as bases de segurança a nível mundial. As diretivas têm como objetivo impedir que terroristas contornem as medidas de segurança da aviação.
Recentemente, segundo os funcionários, Kelly concluiu que as ameaças poderiam ser controladas sem a expansão da proibição aos laptops. Entretanto, as companhias e os aeroportos que não adotarem as novas exigências poderão enfrentar repercussões, incluindo a proibição de todos os aparelhos eletrônicos pessoais a bordo de aviões, mesmo no compartimento de cargas, multas e possível perda de sua permissão de voar nos EUA.
Segundo fontes, as companhias aéreas terão 21 dias para pôr em prática uma maior busca por explosivos – incluindo o uso de cães farejadores e aparelhos de detecção de traços de materiais explosivos – e 120 dias para cumprir com outras medidas de segurança, incluindo ampliar a triagem de passageiros.
Receita. Os laptops são muito usados pelos passageiros da classe executiva – que pagam o dobro de um bilhete na classe econômica. A indústria da aviação teme que uma proibição afete suas receitas.