Edimburgo, Reino Unido. Após 307 anos de união, 4,2 milhões de eleitores residentes na Escócia vão às urnas nesta quinta em Edimburgo e no interior do país em um referendo histórico que definirá o destino da Grã-Bretanha, sexta maior potência econômica mundial. Encerrados dois anos e meio de campanha eleitoral, todos os prognósticos revelados nesta quarta por institutos de pesquisas indicam um empate técnico, mas com ligeira vantagem para o “não” à independência, que teria 52% das preferências, frente a 48% para o “sim”.
Em meio às incertezas econômicas e políticas, 500 mil indecisos serão os árbitros da escolha. O referendo deve ser a maior demonstração democrática da história do país, já que 97% dos eleitores estão inscritos nas seções eleitorais e poderão exercer o direito de votar, facultativo.
A abertura das seções eleitorais acontecerá nesta quinta às 7h (3h em Brasília), e o encerramento se dará às 23h (de Brasília). A estimativa é que os resultados sejam conhecidos no início da manhã desta sexta, horário local, madrugada no Brasil.
O último dia de campanha foi marcado por líderes e partidários de ambos os lados tomando as ruas. Em defesa do “sim”, o líder nacionalista Alex Salmond escreveu nesta quarta uma carta aos escoceses, enquanto o unionista Alistair Darling e o ex-premiê Gordon Brown participaram de comício pelo “não”.
Obama. O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta quarta ser a favor de manter a Escócia no Reino Unido. No Twitter oficial da Casa Branca, Obama chamou o Reino Unido de “parceiro extraordinário para a América e uma força do bem em um mundo instável”. “Eu espero que se mantenha forte, robusto e unido”.
Confiante na união dos países, Cameron diz que não renunciará
Londres, Reino Unido. O primeiro-ministro britânico David Cameron, afirmou nesta quarta que não renunciará se o “sim” for o vencedor no plebiscito sobre a independência da Escócia.
Em entrevista à imprensa enquanto visitava uma fábrica na cidade de Fleet, no sul da Inglaterra, Cameron disse que não está participando da eleição e que seu futuro político será decidido somente em 2015 – data das eleições gerais britânicas.
“Meu nome não está na cédula. O que está na cédula de votação é se a Escócia quer ficar no Reino Unido”, afirmou o primeiro-ministro.
Alguns analistas sustentam que se os escoceses optarem pela independência, a posição do primeiro-ministro pode ficar muito enfraquecida e ele poderia renunciar. Cameron admitiu que está “nervoso” antes da votação, mas garantiu que acredita na vitória do “não”.