O empresário Joesley Batista, dono da holding J&F, entregou à Procuradoria Geral da República uma série de novos documentos para compor a sua delação premiada. Novos levantamentos, relatórios e gravações de conversas com políticos foram anexados ao acordo. Seis políticos mineiros aparecem no material, além de novas denúncias contra o senador Aécio Neves (PSDB).
Nos documentos, segundo a Rede Globo, Joesley detalha o pagamento de R$ 30 milhões a políticos que apoiaram Eduardo Cunha na candidatura à presidência da Câmara dos Deputados.
O executivo Ricardo Saud teria intermediado o repasse para parlamentares das bancadas de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.
Segundo apuração da Rede Globo, na versão dos delatores da JBS, Eduardo Cunha teria repassado parte do dinheiro "com certeza" para seis políticos: Carlos Bezerra (deputado federal), Fernando Jordão (prefeito de Angra dos Reis), Geraldo Pereira (deputado federal), Manoel Júnior (vice-prefeito de João Pessoa), Marcelo Castro (deputado federal), Soraya Santos (deputada).
Além disso, segundo a Rede Globo, seis políticos mineiros foram gravados pela JBS negociando vantagens: o deputado estadual João Magalhães e os deputados federais Mauro Lopes, Newton Cardoso Jr, Saraiva Felipe e Leonardo Quintão, além do vice-governador de Minas, Antonio Andrade.
Os delatores entregaram novas provas sobre pagamentos feitos ao senador Aécio Neves. E também sobre os repasses para contas no exterior que, de acordo com depoimento de Joesley, ficaram à disposição dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, do PT.
Veja as respostas dos políticos ao G1:
Aécio Neves
A defesa do senador Aécio Neves disse que as acusações contra ele são absurdas e que o senador nunca ofereceu contrapartida para as doações de campanha. Disse ainda que todas foram declaradas à Justiça Eleitoral.
Eduardo Cunha
As defesas do ex-deputado Eduardo Cunha, do ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine e do ex-presidente Lula não quiseram se pronunciar.
Newton Cardoso Júnior
O deputado Newton Cardoso Junior disse que recebeu a notícia com surpresa e que em nenhum momento negociou qualquer tipo de vantagem com a JBS.
Os demais não foram encontrados ou não responderam.