O presidente cassado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi preso nesta quarta-feira (19) em Brasília. O ex-deputado foi capturado preventivamente perto do prédio dele na capital por ordem do juiz federal Sérgio Moro.
A prisão foi decretada no âmbito da operação Lava Jato, informou a Polícia Federal. Cunha ainda teve R$ 220 milhões bloqueados pela Justiça.
Nessa terça (18), o juiz Moro chegou a autorizar a entrada da Polícia Federal na residência de Eduardo Cunha, na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio de Janeiro.
A investigação contra Eduardo Cunha sobre contas na Suíça abastecidas por propinas na Petrobras estava sob responsabilidade do Supremo Tribunal Federal (STF). Cassado pela Câmara, o peemedebista perdeu o foro privilegiado perante a Corte máxima.
Curitiba
Eduardo Cunha será levado para Curitiba, base da Lava Jato, até o final da tarde. Por volta das 13h40, Cunha foi levado para o hangar da Polícia Federal, em Brasília, para embarque a capital paranaense. Segundo a PF, a previsão de chegada do ex-deputado a Curitiba é entre 17h e 18h.
Os autos foram deslocados, então, para a 13ª Vara de Curitiba, base da Lava Jato.
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Denúncias
A primeira denúncia contra Cunha veio em agosto de 2015, e acusa o parlamentar de corrupção e lavagem de dinheiro por ter recebido ao menos US$ 5 milhões em propinas referentes a dois contratos de construção de navios-sonda da Petrobras.
Por unanimidade, o Supremo aceitou a acusação em março deste ano e tornou Cunha o primeiro político réu na Lava Jato. Nesta denúncia ele responde por corrupção e lavagem de dinheiro.
No mesmo mês, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou a segunda denúncia contra o peemedebista, desta vez por manter contas não declaradas no exterior utilizadas para receber propina, também no esquema de corrupção na Petrobras. A denúncia teve origem na investigação da Suíça que, graças a um acordo de cooperação internacional, foi encaminhada ao Brasil para que o político pudesse ser processado no País.
Mais uma vez por unanimidade, o Supremo aceitou a acusação contra o parlamentar, que passou a responder novamente por corrupção, lavagem e, pela primeira vez, por evasão de divisas.
FOTO: Reprodução |
Despacho de Sérgio Moro autorizando a prisão de Eduardo Cunha |
Em 10 de junho deste ano, Janot apresentou a terceira denúncia contra o peemedebista, desta vez por suspeita de desviar dinheiro do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS) nas aplicações que o fundo fazia em obras. A acusação tem como base a delação premiada do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto e descreve em detalhes o suposto esquema ilegal instalado no banco público.
Conforme o procurador-geral, Cunha solicitava propina de grandes empresas para que Cleto viabilizasse a liberação de recursos do FGTS. O caso está sob sigilo na Corte e aguarda uma decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal que não decidiu ainda se aceita a denúncia.
A linha do tempo de Eduardo Cunha
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Atualizada às 15h50