SÃO PAULO. A edição desta semana a revista “Veja” traz informações sobre a existência de um relatório da Polícia Federal (PF) indicando a proximidade entre o sócio e presidente da OAS, Léo Pinheiro, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) José Antonio Dias Toffoli. Ambos seriam amigos do ex-presidente Lula (PT), conforme a revista. Foi no governo do petista que Toffoli, ex-advogado do PT, foi nomeado para o STF.
A menção a Toffoli surgiu em troca de mensagens, no dia 13 de novembro de 2014, em que o empreiteiro e o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves, combinam a ida ao aniversário de Toffoli, dois dias mais tarde. Preso horas após o diálogo com o ministro do STJ, Léo Pinheiro foi solto na última quarta após um julgamento dividido no STF em que Toffoli foi um dos três votos favoráveis à libertação (3 a 2). Benedito Gonçalves chegou a ser cotado pelo governo para assumir uma vaga no Supremo.
As menções a Toffoli estão transcritas, segundo a revista, em relatório de análise dos dados dos telefones apreendidos de Pinheiro. Também foram encontradas outras três menções a Toffoli – a primeira delas de 2012, quando um funcionário da OAS lembra a Pinheiro: “Aniversário de Toffoli dia 15. Gosta de um bom whisky”. A PF não flagrou nenhuma conversa diretamente entre o empreiteiro e o ministro. Dias Toffoli disse à revista que conhece Pinheiro, mas não tem intimidade com ele.
De acordo com o relatório da Polícia Federal ao qual a revista afirma ter tido acesso, “as mensagens demonstram uma proximidade entre Léo Pinheiro e Benedito Gonçalves, bem como a proximidade destes com o ministro Toffoli”.
Explicações
Oposição. Segundo a “Veja”, parlamentares de oposição cobraram esclarecimentos de Toffoli e Benedito sobre a relação que mantêm com o empreiteiro Léo Pinheiro.
Registros preservados desde novembro
BRASÍLIA. O ex-integrante do Conselho de Administração da Petrobras Mauro Cunha disse que a companhia só passou a manter as gravações das reuniões do colegiado a partir de agosto de 2014. A Petrobras adotava como prática destruir áudios e vídeos dos encontros do conselho, como mostrou “O Estado” em 30 de abril. Cunha explicou que, depois da Operação Lava Jato, a orientação mudou. Os conselheiros decidiram preservar os registros que existiam em novembro, mas eram de poucos meses.