Em comemoração aos 117 anos, Belo Horizonte oficializou, na manhã desta sexta-feira (12), a candidatura do Conjunto Moderno da Pampulha para ser reconhecido como patrimônio cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultural, entregou o documento de mais de 500 páginas para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), durante cerimônia comemorativa de aniversário.
O órgão nacional deve encaminhar o documento a Unesco ainda este mês, que verificará, primeiro, se a papelada está em acordo, enviando, no próximo ano representantes da Ong internacional Concelho Internacional dos Monumentos e dos Sítios (Icomos) para avaliar in loco.
O conjunto da Pampulha existe desde 1940 e inclui a Igreja São Francisco de Assis, o Cassino (atual museu de artes da Pampulha), a Casa do Baile (centro de referência em urbanismo, arquitetura e design de Belo Horizonte), o Iate Tênis Clube, além da residência de Juscelino Kubitschek, o espelho d'água e a orla da lagoa.
Caso a capital vença a disputa, a perspectiva mais otimista aponta que o resultado sairá em meados de 2016. Se conseguir o título, Belo Horizonte será a quarta cidade mineira a ter o reconhecimento mundial. As outras são Ouro Preto (por ser cidade histórica), Diamantina (pelo centro histórico) e Congonhas (pelo Santuário do Bom jesus de Matozinhos).
"O reconhecimento da Pampulha dará mais visibilidade, o que por si só estimula os entes públicos a terem mais zelo com a região, porque ai o mundo fica de olho", explicou a presidente do Iphan, Jurema Machado.
Para o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Leônidas Oliveira, a capital tem tudo para vencer, visto que as obras de Oscar Niemeyer também embelezaram Brasília, que já possui o título almejado por Belo Horizonte. "A Pampulha é um marco da arquitetura moderna. Inclusiva Oscar Niemeyer disse que a Pampulha foi onde ele começou e posteriormente, levou-o a construção de Brasília".
O prefeito Marcio Lacerda, por sua vez, lembrou que ainda há melhorias para serem realizadas na região. "O dossiê inclui uma série de 36 compromissos assumidos, como a revitalização da orla da lagoa e de alguns dos prédios. Mas o principal desafio ainda é acabar com a poluição da lagoa. Já foi feito desassoreamento da lagoa e precisamos agora acabar com a poluição do esgoto que deságua na lagoa. Além dos projetos de R$ 70 milhões ainda a investir, já gastamos mais de R$ 100 milhões".
Também estiveram presentes no evento, representantes da Unesco no Brasil, do Itamaraty, Ministério da Cultura e do comitê técnico, que reúne especialistas das esferas federal, estadual e municipal, que participaram da formulação do dossiê.
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