Um vídeo captado por câmeras de segurança do prédio onde supostamente aconteceram as agressões do cantor Victor Chaves Zapalá Pimentel, de 41 anos, contra sua mulher grávida, Poliana Bagatini Chaves, no dia 24 de fevereiro deste ano, serão analisadas pela Polícia Civil (PC) para a conclusão do inquérito. As imagens foram entregues à corporação na semana passada e não existe um prazo para que a perícia seja concluída. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (13) durante coletiva de imprensa.
A delegada Danúbia Quadros, responsável pela investigação conduzida pela Delegacia Especializada de Proteção à Mulher, afirmou que o vídeo é uma das peças que faltam para a conclusão do inquérito. "Conseguimos esta filmagem com muita dificuldade, porque o condomínio não quis fornecer uma cópia. Precisamos de uma determinação judicial e, agora, elas precisam ser analisadas. Não posso adiantar nada antes deste laudo", explicou a policial.
Na manhã seguinte à agressão, no dia 25 de fevereiro, Poliana foi até a delegacia, prestou depoimento e assinou a oitiva que denunciava o cantor. Ela relatou que houve um desentendimento após Victor ter pegado sua filha, de 1 ano, e levá-la para a casa da mãe dele, que ficava no andar de baixo. Ainda conforme a denúncia da mulher, ela ficou muito nervosa por não ter autorizado que a criança fosse levada e foi até o apartamento para tirar satisfação. Já no apartamento, quando falou que iria embora com a filha, acabou empurrada ao chão e agredida com chutes pelo companheiro.
"Na versão do denunciado, houve esse desentendimento e ele precisou contê-la, por estar preocupado pelo fato dela sair naquele estado, exaltada, com a criança. Ele alega que não a agrediu, que não chutou a perna dela e nem a empurrou no chão. A princípio, as agressões teriam ocorrido dentro do apartamento. Mas, ao longo da apuração, descobriu-se que parte dos fatos ocorreu no elevador do prédio, onde havia essa câmera de segurança", completou Danúbia. Assista a um trecho da coletiva:
Ainda de acordo com a policial, no dia da denúncia, Poliana não quis representar contra Victor e nem solicitou medidas protetivas. Ela também afirmou que não tinha lesões aparentes, mas, mesmo assim, foi encaminhada ao Instituto Médico-Legal (IML) para fazer o exame de corpo de delito. "O laudo deu negativo para lesões aparentes, portanto, não há lesão corporal", disse a delegada.
A corporação possui um prazo de 30 dias para concluir o inquérito, que acaba no dia 25 de março. Porém, a delegada ainda pode requerer uma prorrogação de prazo, aumentando o período para concluir a investigação. Não existe um prazo para que o laudo da perícia sobre o vídeo seja concluído.
Victor foi intimado na semana passada, mas somente às 23h desde domingo (12) pode comparecer à capital mineira para prestar depoimento. Ainda de acordo com a delegada Danúbia, as investigações estão avançadas, apesar da dificuldades para ouvir testemunhas e envolvidos que vivem em outros estados, e que o inquérito deverá ser concluído dentro do prazo estipulado.
A reportagem de O TEMPO procurou a assessoria de imprensa do cantor Victor, que informou que ele prestou depoimento na noite de domingo e aguarda a conclusão do inquérito. Ele não concederá entrevista.
Poliana pode ser indiciada
Ainda conforme a PC, caso fique comprovado que não houve qualquer agressão, Poliana poderá responder criminalmente. "Se a vítima usar a lei de maneira errada, para prejudicar alguém, ela pode sim responder por notificação de falso crime ou denunciação caluniosa. Isso se aplica a qualquer pessoa. Mas isso será apurado após a conclusão do inquérito da suposta agressão", completou a delegada.
Caso seja comprovada a agressão, Victor poderá ser indiciado pelo artigo 21 da Lei de Contravenção Penal, por Vias de fato, que tem uma pena máxima de 6 meses de detenção. Caso o laudo de lesão corporal tivesse sido positivo, o cantor poderia ser condenado a uma pena máxima de 4 anos de prisão.