Moradores do bairro Pindorama, na região Noroeste de Belo Horizonte, foram surpreendidos na manhã desde sábado (18) com uma verdadeira caçada praticada por dezenas de policiais aos suspeitos de matar o cabo Agenor Fernandes, de 37 anos, morto durante madrugada. Houve troca de tiros e até o helicóptero da Polícia Militar (PM) ajudou nas buscas.
A polícia está atrás de quatro suspeitos pela morte do PM. As informações iniciais dão conta que pelo menos dois suspeitos já foram presos. A reportagem de O TEMPO acompanhou parte da operação desencadeada nesta manhã pelos policiais, sendo surpreendida pelo tiroteio durante a incursão em um prédio na rua Almada.
O suspeito percebeu a movimentação policial e saiu pulando telhados, chegando a entrar no quintal de vizinhos. Ele acabou preso duas ruas abaixo pelos militares e levado para sede do 34º Batalhão da PM.
Ao menos 20 viaturas participam da ação, incluindo o Batalhão de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam). O sargento Murta, do 34º Batalhão, informou que uma das suspeitas é de latrocinio. Fernandes estaria trabalhando como Uber no momento do crime.
Ainda segundo Murta, os suspeitos teriam praticado um assalto no bairro Serrano antes do crime. "Não sabemos ainda o que aconteceu, as informações estão desencontradas. Mas a princípio o grupo teria pegado o Uber. Pode ser que tenham matado o motorista ao saber que ele era policial", disse.
O sargento disse que o celular do PM foi achado dentro do tubo de descarga do banheiro de um dos suspeitos. As buscas pelos outros suspeitos do homicídio continuam no bairro.
O crime
O cabo de 37 anos, que é lotado no 13º Batalhão da PM e estaria de folga e a paisana, foi encontrado já sem vida na rua Alvimar Carneiro, no bairro Novo Progresso, em Contagem, na região metropolitana de BH.
A arma do policial estava em sua cintura e uma quantia em dinheiro no bolso de sua calça. Uma testemunha afirmou que, após os disparos, ouviu o som de pneus cantando, mas não avistou ninguém no local quando saiu.
O carro do militar, um Toyota Etios preto, teria sido levado pelos criminosos. Não há mais detalhes no momento, uma vez que os militares estão empenhados nas buscas pelos suspeitos e a ocorrência ainda não foi registrada. A perícia da Polícia Civil (PC) foi acionada.
Segundo informações repassadas ao jornal O TEMPO por motoristas do aplicativo de caronas pagas Uber, o cabo assassinado atuava como motorista nas horas vagas e estaria atendendo uma corrida na hora em que foi morto. "Chamaram pelo aplicativo e meteram a fita quando chegou. Aqui está parecendo exército, de tanto policial na rua. Tem o Bope, policiais camuflados", contou.
Por meio de nota, a Uber informou que a empresa está devastada pela perda de um dos seus parceiros, e que os sentimentos estão com a família e os amigos da vítima. Além disso, a Uber afirmou que vai trabalhar com as autoridades para ajudar nas investigações de qualquer forma possível.