O número de ciclistas na capital cresceu consideravelmente nos últimos anos. A constatação hoje é apenas visual, pois a prefeitura ainda não sabe quantos estão nas ruas. Mas, em breve, segundo a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), será possível identificar esse universo. No próximo mês, começará a obra de instalação de um totem que irá contar os adeptos das “magrelas”.
O equipamento foi doado por um banco e ficará na avenida Bernardo Monteiro, esquina com a avenida Afonso Pena, na região Centro-Sul da cidade. O lugar foi escolhido por ser uma das ciclovias mais movimentadas da capital. A novidade irá apontar novas diretrizes e foi divulgada ontem pela coordenadora do projeto Pedala BH, Eveline Trevisan, durante o lançamento da campanha “BH tem espaço para todos. #respeiteabicicleta”. A ação envolve o grupo de trabalho Pedala BH, que reúne a comunidade.
Cerca de 50 ciclistas pedalaram por 11 km na região Centro-Sul para divulgar a iniciativa, que tenta aproximar motoristas e pedestres daqueles que pedalam. “Os ciclistas trazem mobilidade mais sustentável. A ideia é compartilhar a via de forma mais segura, respeitosa”, afirmou Eveline. A maior parte do percurso, que passou pelas avenidas Afonso Pena, Contorno e Brasil, não tinha ciclovias, o que reflete a realidade de maior parte da cidade.
Plano. A capital tem hoje, conforme a BHTrans, 87,4 km de ciclovias, e a expectativa é alcançar 300 km até 2020, e 400 km até 2030. O projeto, segundo Eveline, é ousado. A prefeitura tem R$ 22 milhões do governo federal, que seriam liberados em 2015, para construir 150 km de ciclovia, mas o recurso está contingenciado. “Elas serão nos grandes corredores de transporte público ou nas grandes estações de forma a promover a integração com o Move”, disse, sem detalhar endereços.
Números
87,4 km é a extensão total das ciclovias em BH.
300 km é a expansão prevista para as ciclovias até 2020.
R$ 22 mi é o recurso esperado da União para obra.
Saiba mais
Cronograma. A campanha tem novas ações, que podem acontecer nos dias 18 e 25 deste mês.
Insegurança. BH é a cidade onde os ciclistas mais temem o trânsito, 37,8% dos entrevistados se disseram inseguros em uma pesquisa do projeto Parceria Nacional pela Mobilidade por Bicicletas, iniciativa da Transporte Ativo com suporte técnico do Observatório das Metrópoles e do Laboratório de Mobilidade Sustentável, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O estudo, de 2015, ouviu 5.012 pessoas em dez cidades. Na capital mineira, 37,8% dos entrevistados disseram que esse é o principal problema enfrentado pelos ciclistas – insegurança no tráfego. A média nacional foi de 22,7%.