Fiéis encheram a Catedral Cristo Rei, no bairro Juliana, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte, na manhã nublada desta Quinta-Feira Santa (28). Cerca de mil pessoas assistiram à Missa da Unidade, celebrada pelo Arcebispo Metropolitano da capital, dom Walmor de Oliveira Azevedo. Dos presentes, cerca de 500 pessoas eram padres, diáconos, sacerdotes e bispos.
A Missa da Unidade, também chamada de Missa do Crisma, é celebrada sempre na Quinta-Feira Santa. Segundo dom Walmor, o rito é o momento do ano litúrgico em que a igreja renova a sua união — tanto os fiéis quanto os sacerdotes. Segundo o líder católico, a celebração é uma preparação para o Tríduo Pascal, em que se relembra desde a Santa Ceia até a ressurreição de Jesus.
"É a unidade do povo de Deus. Os sacerdotes renovam seu compromisso de estar à serviço sacramental do povo de Deus para fortalecê-lo. E, à tarde, iniciamos o Tríduo Pascal, em uma experiência importante e bonita de acompanhar Jesus na sua paixão, morte e ressurreição", conta.
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Tradição católica
Além da renovação dos padres, sacerdotes, bispos e diáconos com os compromissos sacerdotais, a Missa da Unidade também é marcada pela unção dos óleos. No rito, os óleos — que vão ser utilizados por todo o ano litúrgico, em todas as paróquias ligadas à Arquidiocese de Belo Horizonte — foram abençoados por dom Walmor.
Responsável pela paróquia Santa Maria Mãe de Deus, no bairro União, região Leste da capital, o padre Edecildo José Antônio Prado da Silva explica que este também é um símbolo de unidade da igreja. "A igreja tem como característica a união de todos os cristãos em torno do mesmo objetivo, que é o segmento de nosso Senhor Jesus Cristo", afirma.
Religiosidade
A Missa da Unidade desta quinta-feira (28) foi a primeira do auxiliar de produção Alex Ribeiro Tamirão, de 49 anos. Cristão há 20 anos e morador de Vespasiano, na Grande BH, ele foi à celebração de van, acompanhado de outras 14 pessoas, entre elas, as irmãs. Ele conta que, na sua trajetória de fé, não sabia do significado da Missa da Unidade.
"É a primeira vez que estou participando. Mas, certamente, é muita gratidão estar na presença de Deus. Nunca tive curiosidade. Mas agora vou passar a saber e ter mais conhecimento", diz o homem, que estava ansioso para a celebração. "Coração acelerado", admite Alex, que também visitou pela primeira vez a Catedral Cristo Rei.
Por outro lado, Regiane de Fátima Teles, de 43 anos, atualmente desempregada, é entendedora dos rituais. Ela entende que a Missa da Unidade é o momento de preparação para a vida nova da Igreja. "É um momento de renascimento e renovação para os cristãos. É um momento em que vai ser restaurada a igreja", declara a fiel.
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Vinte anos de dom Walmor em BH
Neste ano, a Missa da Unidade teve um significado ainda mais especial para o Arcebispo Metropolitano de BH, dom Walmor de Oliveira Azevedo. O religioso completou, na última terça-feira (26), 20 anos à frente da Arquidiocese da capital. Ele assumiu o posto em 26 de março de 2004, designado pelo papa João Paulo II.
Antes do início da Missa, em conversa com a imprensa, ele mostrou gratidão pela marca e agradeceu a todos com quem se encontrou nas duas décadas como líder dos católicos da Grande BH. "Um privilégio, uma escola de aprendizados. Muito me alegro. A emoção é grande. Dou Graças a Deus Gratidão a cada pessoa, ao povo e a cada colaborador, porque juntos estamos construindo o Reino de Deus", declara.