Em média, 110 pessoas são assaltadas em Belo Horizonte por dia. Em Minas Gerais, esse número chega a 323, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). Uma das modalidades que têm assustado os moradores da capital e municípios do entorno é a ação de bandidos armados e motorizados. Eles chegam de carro, estacionam e, em segundos, levam tudo de pessoas que estão em pontos de ônibus, por exemplo.
Foi isso que aconteceu com a operadora de telemarketing Flaviana Regina Mageste, 43. Ela foi vítima de cinco assaltos em um mês, e o que mais a surpreendeu foi o último. “Eu estava parada no ponto de ônibus com meu marido, em Betim (região metropolitana de Belo Horizonte), e três ladrões armados levaram as bolsas de 15 pessoas”, contou. O prejuízo dela foi de cerca de R$ 900.
Apesar de a Polícia Militar (PM) não ter estatística específica e considerar que essa é uma modalidade criminosa já disseminada, o doutor em sociologia e professor universitário Moisés Augusto Gonçalves destaca que furtos e/ou roubos praticados com ajuda de carros têm tido mais visibilidade ultimamente. Ele diz que, até muito pouco tempo atrás, o mais comum era a ação em motocicletas.
No caso de um empresário de 34 anos, que pediu anonimato, o ataque aconteceu no meio da tarde. “O carro passou devagar, achei que o motorista estava perdido. De repente, um dos criminosos desceu e me mandou entregar o celular. Levaram também um relógio que ganhei na minha formatura”, lembra.
Tanto Flaviana quanto o empresário mudaram os hábitos após os crimes. Ela passou a ir para o trabalho de carro, apesar dos gastos com combustível e estacionamento. Ele, que escolheu não ter carro, usa táxi ou veículos de aplicativos para voltar do trabalho todos os dias.
Crimes. Depois de cometerem uma série de assaltos a pedestres no início do mês, três criminosos foram mortos durante uma perseguição da Polícia Militar no começo de novembro.
Polícia Militar diz que é importante ficar atento
Para evitar ser a próxima vítima de assaltos, não apenas aqueles praticados com o uso de veículos, é preciso ficar sempre atento nos espaços públicos. Mas o doutor em sociologia e professor universitário Moisés Augusto Gonçalves ressalta que a vítima não é culpada pelo crime, mesmo que esteja desatenta. “Não é possível jogar a culpa no cidadão, é preciso inibir o comércio de armas. O revólver calibre 38 é o mais usado nesse tipo de crime”, afirmou o especialista.
A Polícia Militar (PM) aconselha que as pessoas evitem carregar celulares ou bens de alto valor. Não é recomendável, ainda, o uso desses aparelhos, que são muito visados pelos bandidos, em vias públicas. A corporação ressalta ainda que em nenhuma circunstância a vítima deve reagir a um assalto. A conduta correta é memorizar o máximo de características do criminoso e informar à PM.
FOTO: Douglas Magno |
Polícia recomenda que as pessoas evitem o uso de celular na rua |
Jovem perde convites de sua festa
Uma adolescente perdeu todos os convites de sua festa de 15 anos em uma ação em que dois criminosos chegaram de carro e a assaltaram junto com um colega de 17, no bairro Nova Floresta, na região Nordeste da capital. O caso aconteceu há cerca de quatro meses.
Dois homens pararam um Fox em frente ao colégio da dupla e pediram informação. Antes que o garoto respondesse, eles anunciaram o assalto e levaram os celulares e mochilas. Na da garota, estavam os convites de sua festa.