Violência

Criminosos trocam moto pelo carro para atacar pedestres

Em média, 110 pessoas são assaltadas em BH por dia, boa parte das vezes por bandidos motorizados

Por Aline Diniz
Publicado em 20 de novembro de 2017 | 03:00
 
 
 
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Em média, 110 pessoas são assaltadas em Belo Horizonte por dia. Em Minas Gerais, esse número chega a 323, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). Uma das modalidades que têm assustado os moradores da capital e municípios do entorno é a ação de bandidos armados e motorizados. Eles chegam de carro, estacionam e, em segundos, levam tudo de pessoas que estão em pontos de ônibus, por exemplo.

Foi isso que aconteceu com a operadora de telemarketing Flaviana Regina Mageste, 43. Ela foi vítima de cinco assaltos em um mês, e o que mais a surpreendeu foi o último. “Eu estava parada no ponto de ônibus com meu marido, em Betim (região metropolitana de Belo Horizonte), e três ladrões armados levaram as bolsas de 15 pessoas”, contou. O prejuízo dela foi de cerca de R$ 900.

Apesar de a Polícia Militar (PM) não ter estatística específica e considerar que essa é uma modalidade criminosa já disseminada, o doutor em sociologia e professor universitário Moisés Augusto Gonçalves destaca que furtos e/ou roubos praticados com ajuda de carros têm tido mais visibilidade ultimamente. Ele diz que, até muito pouco tempo atrás, o mais comum era a ação em motocicletas.

No caso de um empresário de 34 anos, que pediu anonimato, o ataque aconteceu no meio da tarde. “O carro passou devagar, achei que o motorista estava perdido. De repente, um dos criminosos desceu e me mandou entregar o celular. Levaram também um relógio que ganhei na minha formatura”, lembra.

Tanto Flaviana quanto o empresário mudaram os hábitos após os crimes. Ela passou a ir para o trabalho de carro, apesar dos gastos com combustível e estacionamento. Ele, que escolheu não ter carro, usa táxi ou veículos de aplicativos para voltar do trabalho todos os dias.

Crimes. Depois de cometerem uma série de assaltos a pedestres no início do mês, três criminosos foram mortos durante uma perseguição da Polícia Militar no começo de novembro.

Polícia Militar diz que é importante ficar atento

Para evitar ser a próxima vítima de assaltos, não apenas aqueles praticados com o uso de veículos, é preciso ficar sempre atento nos espaços públicos. Mas o doutor em sociologia e professor universitário Moisés Augusto Gonçalves ressalta que a vítima não é culpada pelo crime, mesmo que esteja desatenta. “Não é possível jogar a culpa no cidadão, é preciso inibir o comércio de armas. O revólver calibre 38 é o mais usado nesse tipo de crime”, afirmou o especialista.

A Polícia Militar (PM) aconselha que as pessoas evitem carregar celulares ou bens de alto valor. Não é recomendável, ainda, o uso desses aparelhos, que são muito visados pelos bandidos, em vias públicas. A corporação ressalta ainda que em nenhuma circunstância a vítima deve reagir a um assalto. A conduta correta é memorizar o máximo de características do criminoso e informar à PM.

FOTO: Douglas Magno
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Polícia recomenda que as pessoas evitem o uso de celular na rua

Jovem perde convites de sua festa

Uma adolescente perdeu todos os convites de sua festa de 15 anos em uma ação em que dois criminosos chegaram de carro e a assaltaram junto com um colega de 17, no bairro Nova Floresta, na região Nordeste da capital. O caso aconteceu há cerca de quatro meses.

Dois homens pararam um Fox em frente ao colégio da dupla e pediram informação. Antes que o garoto respondesse, eles anunciaram o assalto e levaram os celulares e mochilas. Na da garota, estavam os convites de sua festa.

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