Muita gente tem visto vantagem em deixar o carro em casa ou em trocar outros meios de transporte pelo aplicativo de caronas pagas Uber. Mas é bom tomar alguns cuidados, já que os carros credenciados não são identificados com placas, como os táxis. Em Belo Horizonte, segundo as polícias Militar e Civil, ainda não há relatos de criminosos que se passam por colaboradores do Uber, mas, nas redes sociais, já circulam informações de que esses casos teriam ocorrido em outras cidades do país.
A editora-chefe do site MdeMulher, Ligia Helena, publicou dicas de segurança, entre elas verificar a placa do veículo e o nome do motorista, além de acompanhar o caminho que o carro está fazendo pelo aplicativo. “Se no mapa parece que o carro vai chegar pela direita e ele chega pela esquerda, tem algo estranho aí”, sugeriu. Não dizer o nome antes do motorista, perguntando “esse carro é para a fulano (a)?”, já que o condutor recebe seus dados junto com a corrida, e verificar se o motorista está usando o aplicativo no celular que, em geral, fica no painel do carro, são outras dicas.
Por fim, se ainda se sentir inseguro, a editora indica aos passageiros compartilhar sua localização com familiares e amigos, enviando um link que mostra em tempo real onde você está. “Basta entrar no menu da viagem e clicar em ‘Compartilhar rota’”, explica Ligia.
BH. O chefe da sala de imprensa da Polícia Militar (PM), Flávio Santiago, informou desconhecer esse tipo de golpe na capital mineira. “Temos que tomar cuidado com os mitos urbanos, mas pode acontecer. Só temo falar de prevenção, e bandidos se atentarem para a prática desse crime. Já ouvi falar em outros Estados até de casos de taxistas em veículos clonados, empresas de entrega falsas”, destacou.
Procurado, o Uber não informou se tem conhecimento de ações desse tipo na capital, mas salientou que a tecnologia do aplicativo agrega ferramentas que ajudam a trazer segurança antes, durante, e depois de cada viagem, tanto para parceiros quanto para usuários. As dicas fornecidas são semelhantes às de Ligia: “ao chamar um motorista, de imediato já aparece nome, foto, modelo e placa do carro. É importante que os usuários fiquem atentos a essas informações antes de embarcar”.
Fiscalização ainda sem data para início
Apesar de ter uma lei municipal que proíba o uso de motoristas particulares por aplicativos como o Uber, a prefeitura da capital ainda não tem planos de começar a fiscalizar por causa de uma liminar que protege as empresas. O processo está na fase de ouvir as partes no Tribunal de Justiça de Minas (TJMG) – o mérito da ação não tem data para ser julgado.
Conforme a Lei Municipal 10.900/2016, de autoria do prefeito Marcio Lacerda (PSB), a fiscalização deveria ter começado há 15 dias. Por conta da demora, o Sindicato dos Taxistas de Minas (Sincavir) prepara nova manifestação contra o aplicativo, mas ontem a reportagem não conseguiu contato com a diretoria da entidade.
Já o Projeto de Lei 1.531/2015, do vereador Lúcio Bocão (PP), que também proíbe aplicativos de caronas pagas em Belo Horizonte, foi aprovado em primeiro turno na Câmara Municipal. Não há data para a votação em segundo turno. (JS)
Saiba mais
Trajeto. Com pagamentos feitos via cartão de crédito, caso o usuário tenha um Perfil Familiar, cada vez que uma pessoa cadastrada em seu perfil começa uma viagem, os outros podem acompanhar, automaticamente, o percurso diretamente de seu celular.
Avaliação. O sistema “avaliação de mão dupla” é anônimo e, após cada viagem, os motoristas precisam ter média de 4,6 (em uma escala de uma a cinco estrelas) para continuar na plataforma. O usuário também pode ser desconectado se tiver notas baixas. Uma internauta de
São Paulo postou ontem no Facebook que sofreu assédio de um motorista do Uber.