Acidente

Família de vítima de explosão na Pampulha está angustiada por informações

Sebatião Pereira Ramos foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros, e levado com queimaduras graves para o Hospital João XXIII

Por Gabriel Moraes
Publicado em 25 de outubro de 2019 | 21:56
 
 
 
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A família do soldador Sebatião Pereira Ramos, de 57 anos, vítima da explosão na galeria do vertedouro da lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, na tarde desta sexta-feira (25), ainda não tem informações a respeito de seu estado de saúde. Seus familiares não são da capital mineira.

Segundo sua sobrinha Silvania Ramos de Oliveira, de 38 anos, que mora em Cabo Frio, no Rio de Janeiro, os parentes só ficaram sabendo do acidente porque ele não atendia o celular na hora do almoço. "A filha dele achou estranho, porque todos os dias ele ligava para dar notícias, mas hoje isso não aconteceu", disse.

Ela afirmou que nem a empresa terceirizada que o tio trabalha, que se chama All Energy Brasil, nem o hospital, dão mais informações sobre o paciente. "Nós ligamos para a firma. Eles só disseram que o funcionário se queimou e foi levado ao hospital. Já o João XXIII não nos informa o estado de saúde dele", afirmou. 

"Minha prima está saindo de uma cidade no interior de Minas. Ela saiu correndo de casa, de táxi, e está muito nervosa com a situação. Estamos todos muito assustados com a situação.", concluiu a sobrinha, que é técnica de segurança do trabalho. A filha de Sebastião mora em Cachoeira Escura, distrito de Belo Oriente, na região do Vale do Rio Doce.

Sabrina Ramos, de 20 anos, filha do soldador, contou que a empresa não entrou em contato com a família. "Eu tive que ligar diversas vezes no celular dele para alguém atender. Com muito sacrifício uma moça da assistência social atendeu, e falou que não podia dar detalhes porque ela não sabia o estado dele", relatou.

Ainda de acordo com Sabrina, um funcionário da All Energy conversou com ela. "Tive que entrar na internet e pegar o número da empresa para ligar e saber mais informações. Um rapaz chamado Rafael falou que não ia mentir para mim, mas que o estado de saúde dele é grave, mas não podia dar muitas informações", disse.

Segundo os parentes de Sebastião, ele é muito experiente na área de solda, e roda o Brasil trabalhando em grandes obras. Seu último trabalho foi no Espírito Santo.

A reportagem de O TEMPO entrou em contato com a empresa terceirizada, mas as ligações não foram atendidas. O Hospital João XXIII informou que só passa informações a respeito do estado de saúde de seus pacientes apenas pessoalmente.

Entenda

A explosão atingiu cinco funcionários que trabalhavam no local realizando manutenção. Três funcionários tiveram ferimentos mais graves, incluindo Sebastião, e dois foram atendidos no local e liberados.

De acordo com o tenente do Corpo de Bombeiros Leandro Gomes, não havia água no vertedouro na hora da explosão, e os operários estavam em um andaime, a cerca de oito metros de profundidade.

A corporação informou, no início da noite desta sexta, que foi feita uma vistoria, juntamente com a Sudecap. A princípio, não foram encontradas irregularidades, mas os trabalhos continuarão neste sábado (26).

A perícia da Polícia Civil realizou trabalhos no local, mas disse o laudo que vai avaliar as causas da explosão tem previsão legal para ficar pronto em 10 dias.

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