A impunidade e o crescimento da criminalidade no Sul de Minas são tão alarmantes que a procuradora da república em Passos, Ludmila Junqueira, instaurou, em agosto de 2011, um inquérito civil público para apurar a inexistência de centros socioeducativos na região.
A procuradoria solicitou que a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) desse uma resposta sobre o cenário atual. Em fevereiro de 2013, a Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas (Suase) informou oficialmente ao Ministério Público Federal (MPF) que está procurando imóveis para construir novos centros e que já está definido que uma unidade será construída em Lavras
O inquérito foi prorrogado por mais um ano e deve ser encerrado em agosto de 2013. “O próximo passo é checar se a busca de imóveis para a construção desses centros começou. A questão não é financeira, o que falta é vontade política”, conclui Ludmila.
A Suase não nega que há déficit no oferecimento de vagas para internação no Sul de Minas. A subsecretaria planeja instalar dois centros socioeducativos na região, com 45 vagas cada um, mas não confirma em que cidades ficarão. A subsecretária da Suase, Camila Silva Nicácio, considera que o número de vagas vai atender à demanda da região. “Sem dúvidas, 90 vagas são suficientes. Só são acautelados os menores que cometeram atos infracionais graves”, justifica.
A juíza Lúcia Landgraf, porém, discorda da subsecretária. “Esse número de vagas é ínfimo e não atenderá. Ou seja, os problemas vão continuar”, acredita.
A Suase pretende definir os locais e começar as obras até o meados de 2013.