As dificuldades que alguns dos atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na região Central de Minas, têm para ser indenizados ficaram explícitas nessa quinta-feira (30).
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) concedeu uma liminar para quatro famílias – três de Bento Rodrigues e uma de Paracatu de Baixo – receberem R$ 10 mil de indenização antecipada da Samarco. O pedido havia sido feito pelo Ministério Público.
Segundo o promotor Guilherme de Sá Meneghin, a empresa se recusava a reconhecer as famílias como vítimas da tragédia. “No ano passado, identificamos que cerca de cem famílias estavam sem receber, e fizemos acordos com a Samarco para atender a maioria”, explicou Meneghin.
Além disso, um protesto nessa quinta (30) reuniu cerca de 600 pessoas na sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), no bairro de Lourdes, região Centro-Sul de Belo Horizonte, para chamar a atenção para o problema do reconhecimento de algumas populações como vítimas da barragem. No local, ocorria a reunião do Comitê Interfederativo (CIF), órgão que reúne representantes do Poder Público para fiscalizar a ação da Samarco na reparação dos danos provocados pelo rompimento.
“Queremos que os atingidos tenham participação nesse comitê. Nós não somos ouvidos”, desabafou Thiago Alves, morador de Barra Longa, uma das cidades alcançadas pela lama, e integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens (Mab).
Saúde. O Instituto Saúde e Sustentabilidade (ISS) divulgou, nessa quarta-feira (29), os resultados de um estudo feito com a população de Barra Longa atingida pelo desastre. O documento constatou que a saúde dos moradores do município está comprometida.
Entre os principais problemas da população estão infecções de pele, vômitos, dor nas pernas, cãibras e dor nas articulações.