Oito policiais, do 40º Batalhão da Polícia Militar (PM) de Ribeirão das Neves foram presos a pedido da Justiça. Dois deles são acusados de ter assassinado um homem em 2001. Já os outros seis militares estão sendo investigados pela suposta tortura de um jovem de 21 anos durante uma operação contra o tráfico de drogas no bairro Veneza, em setembro deste ano.
De acordo com a Polícia Civil, as agressões teriam ocorrido na casa do jovem, por conta da suspeita de que ele estaria comercializando drogas na região. Em seu depoimento, a vítima relatou que foi torturada por mais de seis horas pelos militares, que queriam saber onde ele escondia os entorpecentes. Como se declarava inocente e não falava, os policiais teriam o golpeado com socos, chutes e utilizado um saco para cobrir sua cabeça.
As lesões foram confirmadas por meio de laudos do Instituto Médico-Legal (IML). Porém, a polícia ainda não confirmou se houve realmente a tortura ou não. “Na próxima semana devemos fazer uma acareação entre as partes. Do mesmo modo que o jovem diz que foi torturado, os militares garantem que ele já foi encontrado com ferimentos, por causa de um acidente de trânsito”, afirmou o delegado responsável pelo caso, Gustavo Assunção.
No dia das agressões, o jovem chegou a ser preso por conta das drogas que foram encontradas com ele. No entanto, a Justiça suspendeu essa parte do inquérito e libertou o homem, por entender que o material foi apreendido de forma ilegal.
“Ele está sofrendo demais, pois nem sequer é usuário. O irmão dele, que é menor de idade, infelizmente é quem tem uma ligação com o tráfico’, afirmou o advogado do rapaz, Fábio Silva.
Os defensores dos militares entraram com pedidos de habeas corpus ontem, porém eles foram indeferidos pela Justiça.
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