Os médicos de Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, paralisaram os atendimentos desde às 7h desta sexta-feira (28) até a próxima quarta-feira (2) às 7h. Os profissionais estão fazendo somente os atendimentos de urgência e emergência.
Os médicos reclamam das violações dos direitos adquiridos pelos servidores, como o corte de benefícios, sem ao menos conversar com a categoria. De acordo com o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), divulgou nota repudiando a decisão da prefeitura.
“Consideramos a iniciativa um desrespeito aos direitos duramente conquistados pelos servidores, sendo um verdadeiro retrocesso de conquistas. Em documento enviado, a entidade sindical reafirmou a inadmissibilidade de qualquer ação que prejudique a classe trabalhadora, lembrando que os servidores não podem pagar pelos desmazelos da Administração Pública”, informa a nota.
Com medo de sofrerem represálias, os médicos da cidade não quiseram conversar com a reportagem de O TEMPO. Por meio do sindicato, os médicos informaram que o corte de benefícios impacta diretamente na qualidade do serviço prestado à a comunidade, além de fazerem com que muitos profissionais optem por desistir de trabalhar no município.
Quem mora no município já começa a sentir os prejuízos da paralisação. “Se precisamos de uma consulta com especialista ficamos sem ter para onde fugir. A saúde deveria ser uma questão prioritária”, afirma Maria Clara Diniz, 27.
A prefeitura de Nova Lima se pronunciou por meio de nota:
Em momento algum se furtou a dialogar com o sindicato dos servidores municipais. No dia 14 deste mês, a prefeitura apresentou ao sindicato várias propostas objetivando contornar a atual situação financeira que deveriam ser deliberadas em assembleia marcada para a data de 17/08. Não se sabe o porque as referidas propostas não foram colocadas para deliberação. No dia 18/08 a diretoria do sindicato foi recebida pelo prefeito em seu gabinete, entretanto, não lhe foi apresentado nenhuma resposta oficial as propostas até então entregues ao sindicato para analise e deliberação. Ao invés disso, a diretoria do sindicato sugeriu verbalmente ao prefeito que demitisse 90% de todos servidores comissionados e extinguisse, de imediato, 10 secretarias municipais.
A Prefeitura está ciente do momento de crise por passa todas as prefeituras, em especial aquelas que recebem repasses do Cfem( royalties do minério) e tem tomado medidas de contingência que evitem desempregar pais e mães de família,porém é oportuno destacar que 92% do custeio da folha de pessoal é para pagar salários e benefícios de servidores estatutários, não suportando o orçamento municipal,neste momento, uma obrigação desta natureza. Mas que,além das medidas já tomadas (devolução de 17 imóveis alugados/demissão de 140 comissionados,revisão de todos contratos com fornecedores/redução de 20%nos salários do prefeito e da vice e 10% nos salários dos secretários/corte de mais de 60% de veículos na frota da prefeitura/rescisão de 299 contratos administrativos/devolução de computadores e maquinas de Xerox alugados,dentre outras medidas) na próxima semana outras medidas,também,deverão ser aplicadas.
A prefeitura não entende o porquê da paralisação (greve),uma vez que não deixou de pagar e nem atrasou o pagamento de nenhum servidor. Quanto ao questionamento sobre os projetos de lei encaminhados a Câmara de Vereadores, cujo objetivo é revisar salários indiretos criados em outras gestões e impraticáveis diante da atual situação financeira do município, oportuno esclarecer que os mesmos sequer entraram em pauta para analise e deliberação do legislativo.