BH

Manifestantes protestam contra a venda de animais no Mercado Central

Segundo manifestantes, além dos maltratados, venda é um desrespeito com o consumidor e uma ato de incompatibilidade sanitária

Por Joana Suarez e Lisley Alvarenga
Publicado em 28 de novembro de 2015 | 14:26
 
 
 
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Munidos de apitos, cartazes e faixas, mais de 100 pessoas realizam, na tarde deste sábado (28), na porta do Mercado Central, uma manifestação contra a venda animais de estimação no local. Os manifestantes também estão colhendo assinaturas, que, segundo organizadores do ato, serão entregues no gabinete do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Larceda, na próxima semana. 
 
De acordo com uma das organizadoras do ato, Ana Cláudia de Paula, a manifestação é para chamar a atenção das autoridades sobre a venda dos animais de estimação no Mercado Central. "As pessoas que fazem isso alegam que somente parte da população é contra a venda dos animais. Queremos mostrar, com este ato, que grande parte da população é contra essa situação", afirmou.
 
Ainda de acordo com a manifestante, a venda de animais no Mercado Central é "um desrespeito com o consumidor e uma ato de incompatibilidade sanitária". "Não é permitida a venda de animais no mesmo local em que são comercializados alimentos. Além disso, os animais vendidos não têm procedência e muitos deles estão até doentes. Além dessa situação denegrir a imagem do próprio Mercado Central, um prédio que é tido como patrimônio turístico de Belo Horizonte", alertou.
 
Ana Paula explicou ainda que a venda dos animais contraria a Resolução 1.069/2014, do Conselho Federal de Medicina Veterinária. "A resolução prevê que os animais sejam armazenados, dividindo-os em espécie, idade e sexo. Mas isso não acontece no Mercado Central. Eles são maltratados e armazenados como mercadorias", lamentou ela. 
 
“Estamos buscando de todas as formas denunciar o desrespeito aos animais e ao consumidor do Mercado. Sempre vemos os animais maltratados quando passamos nos corredores”, explicou a funcionária pública, Ana Lúcia de Paula, uma das organizadoras da manifestação, que ocorria pela quarta vez no local.

O deputado estadual Noraldino Júnior (PSC), presidente da comissão extraordinária de proteção aos animais da Assembleia Legislativa (ALMG), também liderava o grupo. Ele contou que há cerca de um mês fez uma denúncia no Ministério Público de Minas, às promotorias de Saúde, Meio Ambiente e Defesa do Consumidor, sobre a venda de animais no mercado. “Em 40 dias deve sair o laudo sobre essa situação no Mercado, que provoca danos aos animais e a saúde pública porque contamina os alimentos”.

Os ativistas e o Movimento Mineiro pelos Direitos Animais justificam que o comércio desrespeita a legislação e compromete a imagem do local que é patrimônio turístico da cidade.

O superintendente do estabelecimento, Luiz Carlos Braga, explicou que o que eles pedem é uma demanda antiga e impossível. “Desse jeito teremos que fechar todos os pet shops. As lojas aqui são fiscalizadas diariamente, estão todas regulares”.

Já o presidente do Mercado Central, José Agostinho Oliveira, o Nem do Mercado, alegou que não há provas de que os animais não sejam maltratados. "Há anos que eles alegam que há maus-tratos aos animais, mas nunca conseguiram provar nada. Agora, partiram para a questão da contaminação, que também não existe. Entre o local onde os animais são vendidos e o local onde os alimentos são comercializados existe um espaço de 10 metros de distância. Além disso, a loja que fica mais próxima de onde há comercialização de bichos, vende alimentos embalados, o que impossibilita mais ainda a contaminação", explicou.

Atualizada às 15h
 
 
 

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