As marcas que ficaram na calçada da casa de Renata Rodrigues Aureliano, de 29 anos, facilmente serão apagadas. Da memória do filho dela, porém, não sairá a lembrança desta virada de ano. A mulher, que foi incendiada pelo ex-companheiro na porta de casa, após uma festa de ano-novo, morreu nesta segunda-feira (2). A criança, de 9 anos, assistiu tudo. O crime aconteceu em Campestre, no Sul do Estado.
O crime deste fim de semana vinha se desenhando há dois anos, período em que Renata começou a relatar agressões físicas e psicológicas sofridas pelo ex-companheiro, com quem se relacionava há cerca de 10 anos. Há quatro meses, ela se separou Jeferson Diego Caetano da Costa, de 26 anos, após registrar diversos boletins de ocorrência por ameaças e agressões.
Familiares de Renata contaram à Polícia Militar (PM) que ela se encontrou com o ex-companheiro por acaso, quando ele foi a um bar, que fica na rua da casa dela, na noite do dia 31, para comprar refrigerante. Os dois discutiram, e o rapaz fez ameaças à mulher.
Após a discussão, Renata foi passar a noite de ano-novo numa festa que acontecia na praça Brasil, no centro da cidade. Segundo a PM, quando a vítima retornou para casa, durante a madrugada do dia 1º, o suspeito a estava esperando na porta de casa.
Usando um galão com gasolina comprada em um posto de combustíveis, o homem pôs fogo na ex-companheira, conforme os familiares contaram a PM. Com o corpo em chamas, Renata correu e pediu socorro, momento em que o filho notou o que estava acontecendo e chamou a polícia.
Sem medidas protetivas
Segundo a Polícia Civil, apesar de Renata ter registrado ocorrências por ameaças, ela não fez pedido de medidas protetivas contra o ex. Preso preventivamente, ele responderá por homicídio qualificado por motivo torpe, com agravante de feminicídio.
Durante o assassinato, o homem também se queimou. Ele foi levado para o Hospital de Campestre com queimaduras leves pelo corpo. Após ser medicado, foi levado para a Delegacia Regional de Polícia Civil de Poços de Caldas, no Sul de Minas, onde prestou depoimento.
Não há informações sobre o velório e sepultamento da vítima. O filho do casal está recebendo acompanhamento psicológico.
Os parentes de Renata que apagaram as chamas. Ela foi levada para o Hospital Bom Pastor, em Varginha, no Sul de Minas, onde morreu por falência múltipla de órgãos, durante a madrugada.