No dia em que se lembra a luta feminina por direitos iguais e contra à violência doméstica, mais um crime brutal contra mulher foi registrado em Minas Gerais, nessa terça-feira (8). Maria Aparecida de Jesus da Luz, 39, foi assassinada por seu marido ao tentar deixar a casa deles, em Malacacheta, na região do Vale do Jequitinhonha.
Uma testemunha contou à Polícia Militar (PM) que Maria teria fretado uma S10 branca para transportar alguns móveis, que foram colocados na carroceria.
Quando se preparavam para deixar o local, o marido de Maria, de 36 anos, chegou e os dois começaram a discutir. Muito agressivo, ele mandava que os móveis fossem deixados na residência. Percebendo a exaltação do homem, a testemunha colocou a vítima dentro do carro, mas antes que conseguisse fechar o vidro, o suspeito a esfaqueou no pescoço. Depois, teria conseguido arrancar ela do veículo e deu outros golpes, até cravar a faca no peito dela.
Segundo a perícia, Maria foi esfaqueada profundamente no pescoço, no rosto, na mão esquerda e no tórax. Ela deixa duas filhas crianças. A residência da família ficava no Córrego da Graminha, na zona rural da cidade.
De acordo com a Polícia Civil, as testemunhas serão ouvidas nesta quarta-feira (9).
Vítima teria denunciado marido por estupro
No dia anterior ao crime, a vítima procurou a PM e denunciou o marido por ter estuprado ela, já que queria se separar dele. Ela teria sido orientada pelos policiais de não retirar os bens da casa, já que seria necessário a realização da partilha dos bens.
Além disso, a PM e o Conselho Tutelar da cidade teriam ido à casa da família para conversar com o homem e ver a situação das duas filhas. Contudo, ele não foi encontrado.
Na residência, a PM apreendeu uma garrucha de fabricação caseira, que estava no quarto do casal. Até o momento, o suspeito não foi encontrado.
Mulher apanhava do marido
Os desentendimentos entre Maria e o seu marido já aconteciam há um tempo. De acordo com um cunhado dela, Manoel Gonçalves, de 64 anos, a vítima chegou a passar uns dias com ele e a mulher (irmã de Maria) em Belo Horizonte. "Eles brigavam muito, ele batia nela. Ela ficou um tempo com a gente, mas depois voltou. Ele era muito agressivo", afirmou.
Segundo Gonçalves, Maria trabalhava como doméstica e era natural de Malacacheta, bem como suas outras três irmãs. "Ela era muito tranquila, inocente demais", completou. Ele e a irmã de Maria irão cuidar das sobrinhas, de 5 e 7 anos.
O familiar disse que não tem informações sobre o paradeiro do suspeito. "A minha outra cunhada que mora aqui (em Malacacheta) está com medo", finalizou.
Atualizada às 12h47