Na esquerda
Na avaliação do mexicano Jesús Romero, as ciclovias devem ficar à direita do motorista. Isso porque, nas faixas da esquerda, os carros andam em velocidade mais elevada, o que aumenta os riscos de acidente. O problema é maior se não há um padrão na cidade, com faixa exclusivas para bicicletas nos dois lados. Na foto, carros parados na ciclovia obrigam ciclista a invadir faixa da esquerda da rua Professor Morais, na Savassi, e se arriscar entre os carros.
Mão única x mão dupla
As ciclovias de mão dupla podem ser mais arriscadas para os ciclistas, principalmente em cidades onde os motoristas ainda não estão acostumados a conviver com as bicicletas. Nesse modelo, ao fazer a conversão, o condutor deve ficar atento ao retrovisor para ver se não há nenhum ciclista seguindo no mesmo sentido que o veículo e também olhar a sua frente para observar se não há ninguém vindo no sentido contrário. Para o mexicano Jesús Romero, esse sistema só funciona em países em que o transporte de bicicleta é bem difundido. Na rua Professor Morais, na Savassi, o ciclista perde a preferência no cruzamento.
Sem espaço
Um grande problema das ciclovias de Belo Horizonte está na falta de espaço entre a ciclovia e os carros que estão estacionados. Na rua Fernandes Tourinho, na Savassi, ao desembarcar do veículo, a porta avança em quase toda a área da ciclovia e pode atingir um ciclista que passe pelo local. É necessário que haja um espaço de pelo menos 80 cm, o que permitiria que os passageiros desçam dos carros sem se preocuparem com os ciclistas.
A cor ideal
A pintura da sinalização de ciclovias nos cruzamentos deve ser da cor azul ou verde, pois são as mais visíveis no asfalto. Em Belo Horizonte, a cor usada é o vermelho, que, de acordo com Jesús Romero, é a pior cor para chamar a atenção do motorista. “Quando anoitece, a cor vermelha não é suficiente para se destacar aos olhos do motorista de forma a chamar a atenção dele para que ali passa uma ciclovia e a preferência é do ciclista”, explica. Na imagem abaixo, a faixa vermelha pintada no cruzamento da ciclovia da avenida João Pinheiro com Timbiras, na região central da capital mineira.
Tamanho
O espaço mínimo para a implantação de uma ciclovia, de acordo com o Manual Integrado de Mobilidade Ciclista, é de 1,5 m de largura com pelo menos 50 cm de distância de segurança para o veículo – isso em pistas com limite de velocidade de 30 km/h. Já com velocidade acima de 50 km/h, essa distância deve ser aumentada para 1,05 m. Na avenida João Pinheiro, a largura da ciclovia não chega a 1,20 m, sem nenhum espaço de segurança para os carros.
Avanço irregular
Um dos principais desafios apontados por Jesús Romero é disciplinar os motociclistas a não ultrapassarem os limites das ciclovias. Ele aponta que para inibir esse avanço os obstáculos devem ter mais de 30 cm de altura. “Se não chegarem a essa dimensão, é melhor não haver nenhum tipo de separação”, disse. Na capital, é comum ver motos invadindo faixas destinadas exclusivamente para bicicletas, como na rua Fernandes Tourinho, na Savassi.
Encontro da bicicleta com o pedestre
O encontro das ciclovias com as faixas de pedestres pode gerar conflitos entre as pessoas que estão atravessando e os ciclistas. Essa situação pode até causar atropelamentos. Na análise feita pelo responsável por implantar as ciclovias na cidade do México, Jesús Romero, a solução para essa situação está no desvio da ciclovia para ocupar parte da pista onde estão os veículos. Essa alteração seria feita um pouco antes da aproximação com a faixa de pedestres, e o retorno para o espaço original, logo em seguida. Na imagem, um senhor atravessa na faixa sem observar se há ciclistas passando na ciclovia.