Foi preso pela Polícia Civil (PC), na manhã desta terça-feira (12), um sargento da Polícia Militar (PM) que é apontado como responsável pelo assassinato de Ana Carolina Gomes Carneiro, de 31 anos, e da filha dela, Bianca Gomes de Carvalho, de 15, no último dia 7 de abril, no bairro Cidade Verde, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele teria cometido o crime por vingança, após ser denunciado à corregedoria da corporação.
A prisão foi feita por uma equipe de policiais da Delegacia Especializada em Homicídios de Betim, do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na companhia em que o militar trabalhava. Durante a ação policial, foram cumpridos dois mandados, sendo um de prisão preventiva e outro de busca e apreensão na casa do suspeito.
Na residência, os policias encontraram munições calibre 38, um carregador de revólver e duas bombas caseiras. O militar foi indiciado por duplo homicídio duplamente qualificado, por vingança e com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.
As investigações apontam que o suspeito é conhecido como uma espécie de justiceiro do bairro e não se conformava com o fato das vítimas serem usuárias de drogas. O suspeito inclusive já teria ameaçado as vítimas por não admitir o consumo. Com isso, mãe e filha passaram a falar sobre as ameaças com outras pessoas, que denunciaram o policial à corregedoria da PM, afirmando que ele traficaria armas na região.
Ao saber da denúncia, o militar então articulou o duplo homicídio. Ele teria ouvido Bianca falando com a mãe que iria acompanhá-la na saída do trabalho e, diante disso, seguiu a jovem, que estava acompanhada de um amigo de 16 anos que acabou testemunhando o crime. Eles foram abordados pelo policial, que estava em um carro preto, pouco depois de saírem do trabalho da mãe, sendo que a primeira a ser atingida foi a filha.
Ana Carolina chegou a fazer sinal para um ônibus para tentar fugir, entretanto, foi puxada pelo policial e assassinada com três tiros. Após isso, o acusado ainda retornou e desferiu outro disparo contra a cabeça da filha da mulher, que já havia sido alvejada.
Militar foi proibido de usar armas
Os levantamentos da delegacia apontam que, devido a um tratamento psiquiátrico, o policial militar foi impedido há três anos pela corporação de usar arma. Por isso, ele prestava serviços administrativos internos na 7ª Companhia de Polícia Militar, de Igarapé, também na região metropolitana da capital, onde ele foi preso.
Ainda de acordo com a PC, mesmo com a proibição do uso de armas, testemunhas relatam que o militar ostentava na vizinhança um revólver cromado, calibre 38, descrito como o usado na prática do crime. Ele disse à polícia, no entanto, que perdeu a arma há cerca de dois anos.
Durante declarações prestadas à Polícia, o sargento negou participação no homicídio. Ele alegou que estava em casa no momento do crime. O militar foi encaminhado para o Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes (RCAT), unidade montada da PM.