Será retomado na manhã desta quarta-feira (19), o julgamento dos ex-policiais militares Jonas David Rosa, de 27 anos, e Jason Ferreira Paschoalino, de 28, acusados de matar tio e sobrinho no aglomerado da Serra, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, em fevereiro de 2011. As mortes de Renílson Veriano da Silva, 39, e Jeferson Coelho da Silva, 17, geraram revolta e vários protestos dos moradores da comunidade.
O julgamento começou na manhã desta terça-feira (18), no Fórum Lafayette, no bairro Barro Preto, região Centro-Sul da capital. Ao todo, 19 pessoas estavam relacionadas para depor. A expectativa é de que o julgamento só termine nesta quarta-feira. Seis homens e uma mulher são os jurados do caso.
Segunda testemunha
A outra testemunha a ser ouvida no julgamento é uma vizinha das vítimas, que morava a 15 metros do local do crime. Quando foi interrogada na época do crime ela disse que estava dormindo e foi acordada por tiros. Ela foi até o terraço e viu pessoas baleadas, e contou que conhecia as vítimas e que elas não andavam armadas. A testemunha também escutou troca de tiros, correria e gritaria, na mesma noite do crime.
A testemunha também contou que a dupla de réus não andava de farda e ouviu dizer que os policiais haviam subido o morro para pegar dinheiro com os traficantes. Os corpos das vítimas não tinham roupas nem armas perto. Além disso, ela disse que não viu nenhum militar ferido e confirmou todo o depoimento da época.
Para a surpresa dos presentes, Quaresma levou armas, dentre elas um fuzil, para o plenário. Ele questionou duas das testemunhas – aquelas que viram o local logo após o crime – qual seria a distância que possibilitaria o reconhecimento das armas.
Os advogados tentaram ainda retirar a credibilidade das mulheres. Eles reforçaram que uma moradora que depôs tem um filho com o suposto traficante Tigrão e que outra testemunha tem familiares envolvidos com drogas.
Familiares
Familiares dos mortos acompanham a sessão. A mãe de Jeferson, Aurita Maria Coelho dos Santos, disse à imprensa que deseja o fim do julgamento e espera, um dia, conseguir perdoar os acusados.
“Meu filho foi um presente na minha vida. Ele participava de um grupo de dança e dançava em muitas festas de 15 anos. Acredito na justiça de Deus”, disse a doméstica.
Já a mãe de Renílson destacou que ele gostava muito da profissão e tinha muito carinho com os pacientes.
Relembre o caso
Na madrugada de 19 de fevereiro, uma incursão policial contra o tráfico de drogas na Vila Marçola, Aglomerado da Serra, terminou com dois mortos, que eram filho e irmão de um policial militar.
Houve um tiroteio entre policiais e suspeitos, deixando um policial ferido e dois suspeitos baleados, que foram socorridos, mas morreram antes mesmo de serem atendidos.
Jason Ferreira Paschoalino já havia sido condenado a 12 anos de prisão por outro homicídio cometido em julho de 2010, no bairro Nova Suíça.
Atualizada às 22h30