Um eletricitário de 42 anos, que prestava serviço terceirizado para a Cemig, morreu em Presidente Bernardes, região Central de Minas, quando executava uma obra para aumento de carga da rede elétrica nessa quarta-feira. O poste no qual a obra era executada quebrou, provocando a queda do trabalhador. A morte dele foi a segunda registrada em 15 dias com trabalhadores terceirizados que prestam serviço para a Cemig. O primeiro ocorreu no dia 28 de abril, quando um eletricitário de 27 anos morreu em Lajinha, Zona Rural de Teófilo Otoni.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia HidroElétrica de Belo Horizonte, Santa Bárbara e Itabirito (Sindieletro), desde 1999 foram registradas mortes de 82 trabalhadores, sendo que destes 62 eram terceirizados e outros 20 integravam o quadro próprio de funcionários.
"O que nos assusta é o quanto a Cemig tem priorizado a terceirização nestes últimos dez anos. A empresa tinha um acidente fatal registrado a cada 18 meses. Se considerarmos o número de mortes nos últimos dez anos dá uma média de uma morte a cada 45 dias", destaca o coordenador geral do Sindieletro, Wilian Vagner Moreira.
Moreira avalia que os funcionários que são contratados diretamente pela Cemig são submetidos a intenso processo de treinamento e capacitação, o que não ocorre com aqueles que são contratados por empreiteiras terceirizadas. "Para reverter esse quadro de tantos acidentes fatais, a terceirização precisa ser revista na Cemig. Uma coisa é terceirizar a limpeza ou a vigilância. Outra coisa é terceirizar trabalhador que vai subir em poste energizado", afirma.
A Cemig foi procurada pela reportagem de O TEMPO online, mas até a publicação desta matéria nenhum representante da empresa se pronunciou a respeito.