Um homem, de 23 anos, suspeito de envolvimento no atentado ocorrido no último dia 31 contra dois agentes penitenciários que atuam no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi detido na tarde deste sábado (4), no aglomerado Vila Barraginha, no bairro Cidade Industrial, também em Contagem. A prisão do suspeito ocorreu após uma operação conjunta entre a Polícia Militar e a Delegacia de Homicídios de Contagem. Outro suspeito continua foragido.
De acordo com o boletim de ocorrência, ao ser visto por militares no beco Limoeiro, Marlon da Silva Mendes fugiu, pulando muros e telhados de residências da região. Um cerco foi feito e o suspeito acabou sendo preso em uma das residências que ele invadiu.
Questionado sobre o motivo de ter fugido dos militares, o suspeito disse que estava sendo procurado pela tentativa de homicídio de dois agentes penitenciários.
Segundo a polícia, após ser preso, Mendes foi reconhecido pelos dois agentes que foram vítimas do atentado. O suspeito foi encaminhado para a 6ª Delegacia de Polícia Civil de Contagem, onde vai prestar mais esclarecimentos sobre o ocorrido.
Relembre o ataque
No último dia 31, Natan Gomes da Silva, de 41 anos, e Welber Vasconcelos Xavier, de 40, foram baleados próximo à entrada da penitenciária, após descerem de um ônibus coletivo. Eles caminhavam em direção ao presídio, onde iriam assumir o plantão, quando, por volta das 6h40, foram surpreendidos por dois homens em uma caminhonete vermelha.
Os suspeitos pediram informação e atiraram logo em seguida na direção dos servidores prisionais. Um dos agentes estava armado e reagiu, mas acabou atingido por dois disparos. O outro agente foi baleado 13 vezes. Um adolescente de 13 anos, que seguia para a escola, também foi atingido no pé ao passar pelo local. Ele é filho de um ex-agente penitenciário.
Entenda
O ataque a tiros contra os agentes penitenciários pode ser resultado de uma retaliação por parte de membros do Primeiro Comando da Capital (PCC). Conforme O TEMPO mostrou no último dia 3, a Polícia Civil confirmou que essa possibilidade é uma das principais linhas de investigação.
A organização criminosa estaria vingando a transferência de três detentos que teriam ameaçado agentes penitenciários após não serem autorizados a comparecer ao enterro do pai deles, que também estava preso na unidade.
Desdobramentos
Após o atentato, agentes penitenciários que atuam no Nelson Hungria cruzaram os braços na entrada da unidade como forma de protesto. Já neste sábado (4), cerca de 50 agentes realizaram uma concentração em frente ao Hospital Municipal de Contagem, também em protesto. Na ocasião, eles também pediram maior valorização da categoria.