A terra tremeu na manhã de ontem em Sete Lagoas e em outras seis cidades das regiões Central de Minas e metropolitana de Belo Horizonte. Essa foi a primeira vez, desde o início dos registros de abalos sísmicos no Brasil – há cerca de 60 anos –, que o fenômeno foi registrado nesses locais.
De acordo com o professor George Sand França, do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), o primeiro tremor e mais forte teve 3,2 graus na escala Richter. Ele foi registrado por volta das 5h. Outros dois abalos menores ainda foram registrados às 9h38 e às 10h54. Eles tinham magnitude 2,8 e, provavelmente, não foram sentidos por toda a população.
“O epicentro foi na zona rural, a cerca de 11 km do centro de Sete Lagoas. Atingiu um raio de aproximadamente 30 km e, pelo que soubemos, também foi sentido em cidades como Matozinhos, Pedro Leopoldo, Confins, Jequitibá, Capim Branco e Prudente de Morais”, explicou França. Segundo ele, o abalo sísmico principal é considerado forte, mas não grave. Ainda conforme o especialista, tremores com magnitudes acima de 4,5 pontos poderiam causar danos.
Causa. O professor explicou que os abalos se deram, provavelmente, pela movimentação natural das placas tectônicas. “Por ser uma região de grandes falhas geográficas, é possível que o tremor tenha sido causado por essas pressões na terra. Apesar de estar chovendo na região, ainda não é possível fazer essa correlação”, afirmou França.
De acordo com o especialista, o tremor geralmente se dissipa em ondas menores, como as que foram registradas nas horas seguintes ao abalo inicial. França informou que não se pode descartar a possibilidade da ocorrência de um novo abalo de magnitude mais forte. “Não posso prever que não haverá outro tremor maior. Mas posso dizer que a possibilidade é muito pequena, próxima de zero”, finalizou.
Nas redes sociais, moradores confirmaram o fenômeno. “Sou de Sete Lagoas e levantei para beber água. Nessa hora, senti a minha casa tremer”, contou uma internauta em uma das páginas da cidade no Facebook. “Senti também, e moro a 3 km da serra Santa Helena”, completou outra moradora. Também senti a minha casa tremer e achei muito estranho, não tinha nada passando na hora para causar isso”, relatou um terceiro usuário da rede. A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros de Sete Lagoas não registraram ocorrências relacionadas ao fenômeno. (Com Juliana Baeta)
Chuva faz córrego inundar e alaga ruas e casas na Pampulha
Segundo os moradores da região, a preocupação com o nível da água do córrego é constante. “Sempre ficamos apreensivos quando chove”, afirmou Daniel Arcanjo Silva, 32.
Temporal. O grande volume de chuva que caiu na madrugada de ontem é comum neste período do ano, conforme os meteorologistas. A Defesa Civil da capital informou que a região Norte da cidade teve o maior volume pluviométrico, de 57 mm, no acumulado da madrugada. Na Pampulha, foram 30 mm. Em Contagem, conforme o Centro de Climatologia TempoClima/PUC Minas, choveu 60 mm.
Acidentes deixam cinco mortos em MG
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a primeira colisão aconteceu na altura do KM 403 e envolveu um carro e um caminhão-baú. Duas pessoas morreram, e outras três tiveram ferimentos graves. Segundo o Corpo de Bombeiros, dois feridos, entre eles um menino de 7 anos, foram socorridos pelo helicóptero Arcanjo para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, na capital. Já no KM 406, a batida entre um HB20 e um Fox deixou dois mortos e um ferido.
Em Santa Luzia, no fim da manhã, um motociclista morreu após bater em um caminhão no KM 451. A PRF informou que a chuva pode ter contribuído para as tragédias. (Carolina Caetano)