Mobilização
Campanha de Aécio vai para a rua no Rio e em Belo Horizonte
Caminhada e carreata com a presença do candidato foram concorridas nas duas capitais
No Rio de Janeiro, cidade onde passou boa parte da infância e da juventude, o candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB) participou de caminhada pela orla da praia de Copacabana, onde se encontrou com apoiadores. Ele esteve acompanhado do senador eleito por São Paulo José Serra (PSDB), o presidente do PPS, Roberto Freire, o candidato a vice-governador do Rio Francisco Dornelles (PP) e o deputado eleito Marco Antônio Cabral (PMDB), filho do ex-governador Sérgio Cabral. Havia celebridades como os atores Milton Gonçalves, Maitê Proença, Ney Latorraca e o ex-jogador Ronaldo.
O tucano deu entrevista coletiva em um clube e seguiu a pé por um pequeno trecho até a caminhonete que percorreu a pista próxima à praia, transformada em área de lazer aos domingos. Houve empurra-empurra entre seguranças e as pessoas que tentavam aproximar-se do candidato.
Um carro de som da campanha do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) acompanhou a carreata. O candidato à reeleição não foi ao evento. Ele afirma apoiar Dilma, mas tem o apoio do PSDB no Estado.
Aécio criticou o aumento no desmatamento da Amazônia. Para ele houve uma “paralisia na definição de novas áreas de preservação no Brasil”. De acordo com dados da ONG Imazon, houve aumento de 191% em agosto e setembro deste ano em relação ao mesmo período de 2013.
“Temos um compromisso de avançarmos para que o Brasil seja uma economia cada vez de menor carbono. Essa é uma – não digo nem uma exigência da Marina ou de seu programa –, mas transformarmos o Brasil em uma economia de baixo carbono é uma exigência da contemporaneidade.”
Ele também afirmou que a admissão da presidente Dilma Rousseff de que houve desvio de verba na Petrobras é "um avanço" tardio.
"Reconheço que é um avanço a presidente pelo menos admitir que isso aconteceu. Talvez um pouco tarde, mas admissão é algo positivo", disse o presidenciável, antes da caminhada na praia de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro.
O tucano, contudo, cobrou posicionamento de Dilma em relação a citações ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, no depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. "Não vi até agora uma atitude da presidente em relação àquele denunciado pelo ex-diretor da Petrobras como receptor da parcela que caberia ao PT, que é seu tesoureiro", disse Aécio.
O candidato do PSDB lembrou a resistência de parlamentares do PT em criar uma CPI para investigar a corrupção na estatal. "O discurso do PT era de que aquilo era um factóide. Não existia nada daquilo. Quantas vezes eu ouvi que o Aécio queria denegrir a imagem da Petrobras?"
Belo Horizonte
Mesmo à distância, Aécio recebeu apoio da capital mineira. Sob sol quente do meio-dia, apoiadores do tucano fizeram neste domingo (19) uma caminhada entre a Praça JK e a Praça da Bandeira, no bairro Mangabeiras, região nobre da capital.
Com bandeiras e camisas do Brasil, os eleitores gritavam palavras de ordem durante o trajeto. O profissional de vendas Inácio Andrade, 66, usava um cone como megafone: "Queremos o melhor para a gente, o empresariado e a imprensa".
Ângela Abreu, que há 44 anos mora na região, vestia uma camisa estampada com a frase "Dilma não". "Nossa saúde está em frangalhos, apesar desse teatro dos médicos cubanos", opinou. O engenheiro José Freitas Júnior, de 60 anos, saiu da Pampulha para participar do ato. "A corrupção está em todos os partidos, mas o PT passou a tratar o tema como banal", disse.
Opositores
A caminhada tucana em Belo Horizonte também foi marcada por hostilidade. Moradores com cartazes e motoristas com bandeiras de Dilma foram alvos de vaias e ofensas.
Atualizada às 19h44