A necessidade de criação de uma infraestrutura mais perene para o programa Arena da Cultura fez com que ele se metamorfoseasse em ELA (Escola Livre de Artes), em 2014. A mudança seria para garantir que o Arena deixasse de ser um programa e passasse a ser uma política pública permanente em BH, com orçamento anual e melhores condições de trabalho para seus professores e coordenadores.
Porém, a transformação gerou mais confusão que garantias para o Arena, seus profissionais e seu público. Hoje, a equipe do secretário Juca Ferreira busca entender os caminhos para concretizar a promessa de dias melhores para o Arena.
“Desde nossa chegada, encontramos a necessidade de revisitar a escola como um todo. A gente observa que a Escola Livre ficou um pouco apagada do imaginário da cidade nos últimos anos. Todo mundo se refere ao Arena. Existe uma confusão com os nomes”, pondera Bárbara Bof, diretora de promoção de direitos culturais da Fundação Municipal de Cultura.
A dualidade de nomes é complexa também para Sônia Augusto, diretora do Nufac (Núcleo de Formação Artística): “Historicamente, a ideia de escola vem porque as pessoas não queriam fazer oficinas isoladas, mas uma formação continuada. A sociedade cobra essa escola. Hoje somos uma escola e ainda é chamado de programa. Fazer uma escola livre tem seu preço já que, se fôssemos para a área da educação, seria necessário trabalhar com os conteúdos do MEC”.
Dificuldades. Um dos problemas recorrentes com o qual o Arena da Cultura sempre conviveu é a contratação e o pagamento de seus professores. “Isso diz respeito à dignidade como profissional, professor e artista, a gente passou vários períodos sem receber. Lembro de uma época que ficamos seis meses sem receber o salário. Era uma resistência, uma luta por um programa que a gente acreditou muito”, comenta Róbson Vieira, que foi professor do Arena da Cultura por dez anos. Atualmente, a gestão financeira do projeto é feita pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep).